Um casal de Goiás, formado por um policial militar e a esposa, foi preso na quarta-feira (3), por suspeita de tráfico de pessoas quando tentava comprar crianças em diferentes localidades do Pará. A Polícia Civil do Pará (PCPA) prendeu o 1º sargento PM Adedilco Alves Viana, lotado em Goiânia, e a mulher dele, Brenda Rodrigues dos Santos, quando eles estavam em um barco que seguia para Portel, no interior paraense.
O sargento e a mulher foram autuados em flagrante por tráfico de pessoas após terem oferecido altas quantias a quem entregasse uma criança, como se fosse para uma adoção, mas em troca de dinheiro e fora do ambiente do Juizado da Infância.
O casal foi denunciado tentando comprar crianças de famílias residentes na Ilha do Marajó, em localidades como Melgaço e Cachoeira do Arari. Uma das pessoas abordadas era um professor que desconfiou da atitude e avisou as autoridades.
Pouco antes da prisão, a mulher teria dito a alguém, de quem pretendia comprar uma criança, que já estava com o dinheiro para o pagamento, viabilizando a prisão em flagrante. A PCPA anunciou a instauração de um inquérito para apurar o caso.
Fraldas, mamadeiras, armas e munições na bagagem
Essa ação, que ignora os trâmites legais de uma adoção, é crime. A Polícia investiga inclusive se o motivo realmente era uma adotação ilegal, já que tráfico de órgãos também é uma realidade.
Na bagagem da família, localizada em um hotel em que o policial e a esposa estavam hospedados junto com uma criança de 8 anos, filha da mulher, os agentes encontraram uma mala contendo roupas de bebê, mamadeiras, fraldas, além de armas e munições. Com a prisão da mãe, a criança foi encaminhada ao Conselho Tutelar de Portel.
Em nota ao DG, a PMGO informou que o sargento estava afastado de suas funções após ter pedido baixa para a reserva (fora da ativa, recebendo salário) e que a corporação está colaborando integralmente com as autoridades, cumprindo todas as determinações judiciais. Confira a íntegra da nota ao final
A nota não detalha, mas o comandante-geral da PM, coronel Marcelo Granja, disse em entrevista nesta quinta-feira, que o afastamento do militar foi determinado. Com o afastamento, provavelmente ele deve perder direito ao soldo.
Nota da PMGO
“A Polícia Militar de Goiás informa que a Corregedoria está acompanhando o caso e esclarece que o militar envolvido encontra-se na condição de agregado e afastado de suas funções desde o dia 28 de novembro, aguardando a efetivação de sua passagem para a reserva.
A Corporação colaborará integralmente com as autoridades responsáveis, cumprindo todas as decisões judiciais pertinentes.
A PMGO reforça que não compactua com qualquer desvio de conduta por parte de seus integrantes. Os procedimentos administrativos disciplinares serão instaurados para apurar todas as circunstâncias e responsabilidades relacionadas ao fato.”
Assessoria de Comunicação Social
5ª Seção do Estado-Maior Estratégico – PMGO
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