O hub médico Kora Saúde, com sede em São Paulo e unidades em sete estados, que comprou dois importantes hospitais privados goianos – o Instituto Neurológico de Goiânia (ING) e o Encore de Aparecida de Goiânia -, anunciou mais dez leitos de UTI, e que eles serão do tipo individualizados, lançando uma novidade ao alcance de pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde em pós-operatórios no tratamento da epilepsia. Em evento na última semana, diretores das unidades anunciaram atividades e falaram a respeito dos planos de ampliação nos serviços que serão apresentados no dia 5 de novembro.
Uma das atividades aconteceu nesta terça-feira (29) com uma mobilização sobre a prevenção ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), focada em exercícios físicos. A outra é a inauguração da nova ala de UTI individualizada. A ala terá leitos monitorados por câmeras, e acesso a um acompanhante 24 horas. Segundo a direção, trata-se de um modelo inédito no ramo hospitalar goianiense.
Falaram a respeito, o médico cardiologista diretor técnico do Encore, Maurício Prudente, o neurologista e diretor clínico do ING, Alessandro Stival, e o neurologista e coordenador do serviço de Neurologia do ING, Marco Aurelio Fraga Borges.
Ampliação para 30 leitos de UTI
A nova ala foi batizada de UTI Sebastião Eurico, neurologista inovador que fundou o instituto. Com as novas instalações o ING passa de 20 para 30 leitos intensivos.
Na mira do grupo também está uma parceria com a Secretaria Estadual de Saúde, ainda a ser confirmada e detalhada.
No caso do Encore, o foco do grupo é na alta complexidade e no pronto-socorro cardiovascular 24 horas.
No caso do Neurológico, como o ING é mais conhecido, o hub absorveu quase 50 anos de história e alguns pioneirismos. Um dos pioneirismos é o da cirurgia metabólica, para o tratamento da diabete tipo 2.
Epilepsia tratada no Neurológico em leitos de UTI do SUS
Mas o principal pioneirismo, lembrado nacionalmente por ser hoje provavelmente a maior referência da América Latina e único do Centro-Norte do Brasil, é o do tratamento para a epilepsia. Especialmente a chamada epilepsia refratária que é mais grave, e que inclui cirurgias delicadas nos casos em que o procedimento é recomendado para melhorar a vida dos portadores.
Além disso, embora ainda haja muito desconhecimento a respeito, são procedimentos cobertos pelo SUS ou por planos de saúde. O instituto tem capacidade para até 120 cirurgias por ano para tratar a epilepsia.
Desde a década de 1990, o Neurológico já fez mais de 3 mil cirurgias de epilepsia em pacientes encaminhados pelo SUS e planos privados, vindos de todas as regiões do Brasil.
Necessidade de divulgação do acesso ao tratamento pelo SUS
Mesmo assim, os especialistas são enfáticos sobre a necessidade de maior divulgação sobre esse tratamento, lembrando que é uma doença que atinge especialmente as populações mais vulneráveis. E se trata de doença altamente estigmatizante, cujo tratamento depende de uso de medicamentos, e muitos dos quais geram efeitos colaterais também limitantes.
A estimativa dos especialistas é de que em torno de 1,5% da população brasileira sofra com a epilepsia, o que, devido à sua influência sobre as famílias dos portadores, faz com que a estimativa de impactos prejudiciais chegue a aproximadamente 5% da população nacional, ou seja, mais de 10 milhões de pessoas.
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