16 de dezembro de 2024
Bombou na Inglaterra • atualizado em 13/04/2022 às 18:51

Compra de viagra pelas Forças Armadas ganha repercussão internacional

Denúncia feita pelos parlamentares Elias Vaz e Jorge Kajuru ganhou páginas de jornais na Inglaterra
Jornais britânicos, The Guardian e The Times repercutem compra de viagra pelas Forças Armadas (Foto: Reprodução/ The Times)
Jornais britânicos, The Guardian e The Times repercutem compra de viagra pelas Forças Armadas (Foto: Reprodução/ The Times)

A controversa compra de viagra supostamente por valores superfaturados ganhou proporções internacionais e ganhou cobertura de veículos de veículos de fora do país. Os britânicos The Times e The Guardian repercutiram nesta quinta-feira (13/04) a denúncia apurada pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) e pelo senador da República, Jorge Kajuru (Podemos-GO).

“Bolsonaro enfrenta duros questionamentos sobre compra de Viagra no Exército”, estampava o The Guardian. “O presidente do Brasil, Bolsonaro, enfrenta duras questões sobre compra de Viagra para militares”, repercutia o The Times. Ambas as matérias citavam a defesa do governo. De acordo com as Forças Armadas, o medicamento era usado para tratar “hipertensão pulmonar”.

No Brasil, as denúncias dos parlamentares ganhou corpo e uma investigação no Tribunal de Contas da União foi aberta nesta quarta-feira (13/04) e a relatoria do assunto está na mesa do ministro Weder de Oliveira. “É preciso apurar esse caso rigorosamente. Nos hospitais públicos, está faltando até mesmo dipirona. E para as Forças Armadas o governo libera compra de Viagra. É dinheiro público, a sociedade merece uma satisfação”, ressalta Elias Vaz.

Ao todo, Elias Vaz identificou no Portal da Transparência e no Painel de Preços do governo federal oito pregões homologados em 2020 e 2021 e ainda em vigor neste ano. Nos processos de compra, o medicamento aparece com o princípio ativo Sildenafila, composição Sal Nitrato, nas dosagens de 25 mg e 50 mg. O maior volume, 28.320 comprimidos, é destinado ao Comando da Marinha. 

Em seguida, aparece o Comando do Exército, com 5 mil comprimidos, e o da Aeronáutica, com 2 mil comprimidos. “O governo Bolsonaro tenta justificar a compra alegando que os remédios seriam usados para tratar outras doenças, mas já foi comprovado por especialistas que, nessa dosagem que as Forças Armadas estão recebendo, o medicamento tem apenas uma finalidade: tratar disfunção erétil, o que é justo, mas não com dinheiro público”, afirma o deputado.

Na manhã desta quarta-feira (13/04) o presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou explicar a líderes evangélicos o assunto e diminuiu a importância do assunto. “Compram para combater hipertensão arterial e também doenças reumatológicas”, disse o presidente em um café da manhã no Palácio da Alvorada. “Com todo o respeito, não é nada. Quantidade para o efetivo das três Forças, obviamente, muito mais usada pelos inativos e pensionistas”, minimizou.


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