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A pouco mais de um mês da sétima edição do Black Friday no Brasil, as companhias aéreas tentam se consolidar como umas das principais participantes dos descontos em 2017, seguindo uma tendência que já havia sido identificada pelo Google no ano passado, quando as buscas por bilhetes de avião cresceram 96% na data.
De acordo com o diretor de marketing da agência online ViajaNet, Gustavo Mariotto, a expectativa é que alguns voos tenham redução de até 60% neste ano – principalmente, para destinos nacionais. “A gente se surpreendeu com o volume de vendas e de intenção de consumo das pessoas no Black Friday de passagens aéreas do ano passado e, para mim, as companhias também perceberam que é uma imensa oportunidade”, afirma.
No ano passado, alguns preços chamaram a atenção, como voos para a Europa por cerca de R$ 1.200 (eles custam, em média, R$ 2.500, dependendo da cidade) e para o Nordeste por R$ 600 (nos períodos de férias, uma viagem para a região pode chegar a R$ 1.500). Foi o caso da carioca Thais Fascine, que viajou do Rio para Cuba em janeiro deste ano com um bilhete comprado na última edição da Black Friday. Ela pagou R$ 1.300 nas passagens de ida e volta com taxas incluídas.
“Eu fiquei o ano inteiro procurando uma passagem barata. O mais barato que tinha encontrado era por volta de R$ 1.900. Nem estava acreditando que encontraria uma passagem por menos que isso na Black Friday, mas quando abri e vi o preço, fiquei até espantada. Comprei na hora”, conta ela.
A expectativa por esse ano é que uma nova viagem de férias seja adquirida na última sexta-feira de novembro. “Agora quero ir para a Europa”, completa.
Expectativa
Iniciada em 2011, a Black Friday brasileira parece ter conquistado a confiança do consumidor do país: segundo dados do site E-Commerce News, 67% das pessoas estavam esperando pela edição do ano passado para comprar algo.
Segundo Ricardo Bove, idealizador do evento no Brasil e diretor do portal Busca Descontos, a movimentação financeira dos lojistas de diferentes setores cresceu de R$ 105 milhões em 2011 para R$ 1,9 bilhão no ano passado. A previsão do Google publicada em agosto deste ano é que esse valor cresça 20% na edição de 2017, o que configuraria um novo recorde. O site de buscas também divulgou que 71% dos consumidores de produtos online já compraram algo na Black Friday, que 68% estavam interessados em participar da edição deste ano e 33% pesquisaram os preços durante o ano para comprar as mercadorias na sexta-feira de novembro.
As companhias aéreas, no entanto, ainda não fazem parte do bolo de principais vendedores de produtos. Ainda de acordo com o Google, a maioria das pessoas busca aparelhos eletrônicos durante a Black Friday (44%), com uma margem significativa de buscas por roupas (19%) e games (9%). O setor de aviação sequer aparece entre as preferências do público.
“As companhias aéreas ainda não estão totalmente consolidadas dentro da data, mas a partir deste ano acredito que elas vão começar a se posicionar melhor. Até por isso, os descontos devem ser maiores”, argumenta Mariotto, do ViajaNet.
Ao menos em divulgação, o trabalho já está sendo feito: agências como ViajaNet, Decolar e Kayak começaram em outubro campanhas em redes sociais e nos próprios sites para alertar os consumidores sobre a proximidade da data. “Os resultados vão aparecer depois”, finaliza Mariotto.
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