O atual comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, disse a auxiliares, dias antes de assumir o cargo, que a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi indesejada, mas que “infelizmente aconteceu”. A declaração foi feita através de áudio durante reunião no dia 18 de janeiro, revelada pelo Podcast Roteirices e checada pelo jornal Folha de S. Paulo, nesta terça-feira (28).
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Informações é que o comandante do Exército Ribeiro Paiva, não sabia que a conversa estava sendo gravada.
“Não dá para falar com certeza que houve qualquer tipo de irregularidade [na eleição]. Infelizmente, foi o resultado que, para a maioria de nós, foi indesejado, mas aconteceu”, afirmou o comandante no áudio.
Depois de três dias, Paiva foi escolhido por Lula para substituir Júlio César de Arruda no comando do Exército. Ainda na gravação o comandante cita a fiscalização feita pelos militares no processo eleitoral e por mais de uma vez, ele repete que o Exército não constatou fraude nas urnas.
“A diferença nunca foi tão pequena, mas o cara fala assim: ‘General, teve fraude’. Nós participamos de todo o processo de fiscalização, fizemos relatório, fizemos tudo. Constatou-se fraude? Não”, diz. “Eu estou falando para vocês, pode acreditar. A gente constatou fraude? Não”, repete em seguida.
Atos golpistas
Ainda durante gravação, em determinado momento o Paiva critica a prisão de cerca de 1.500 pessoas após os atos golpistas do dia 8 de janeiro. Para ele nem todos os presos poderiam ser classificados como terroristas e, portanto, não mereciam o mesmo tratamento.
“É triste também porque a gente deu ferramenta para chamar o cara de terrorista. Que é isso? Não é terrorista”, afirma. “Estão até de sacanagem dizendo que o Mossad, está todo mundo querendo vir aqui para aprender com a Polícia Federal como que prende 1.500 terroristas de uma vez só. Isso daqui é o seguinte: é vândalo, é maluco, cara que entrou numa espiral de fanatismo e extremismo que não se sustenta”, ironiza em seguida.
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