24 de novembro de 2024
Geral • atualizado em 13/02/2020 às 00:31

Com reforma, trabalhadores buscam INSS para tirar dúvidas de Previdência

Foi com o intuito de fazer as contas que o engenheiro José Geraldo Andrade, 56, buscou uma agência da Previdência Social na última semana. Com a expectativa de uma reforma cada vez mais próxima, ele foi até o posto de atendimento do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para retirar o extrato do seu Cnis (Cadastro Nacional de Informações Sociais) e contar quanto tempo já acumula de contribuição.

O cadastro, que deve trazer todos os períodos trabalhados pelo segurado, vai ajudá-lo a fazer o cálculo. “Pelas minhas contas, faltam três anos para eu poder me aposentar, mas quero saber na conta deles”, afirma. “Acho que terei que pagar um pedágio”, disse o segurado, referindo-se à reforma da Previdência proposta pelo governo na PEC (proposta de Emenda à Constituição) 287.

Ele está correto. Se as novas regras forem aprovadas faltando três anos para ele completar os 35 anos de contribuição exigidos hoje, ele terá que trabalhar um ano e meio a mais para poder fazer o pedido. O pedágio de 50% está previsto na regra de transição proposta pelo Planalto para os homens com mais de 50 anos e as mulheres com mais de 45.

O extrato do Cnis pode ser solicitado em qualquer posto do INSS sem a necessidade de agendamento prévio. A contagem do tempo total de contribuição muitas vezes terá que ser feita à mão, ou pelo simulador gratuito no site do órgão. Dá para tentar a sorte e pedir para o servidor fazer o cálculo no sistema, na hora do atendimento, mas não há garantia de uma resposta positiva, diz o advogado previdenciário Rômulo Saraiva.

A auxiliar de enfermagem Eunice Santos, 56 anos, já começou a correr atrás das empresas onde trabalhou para conseguir os documentos que comprovam seus anos de atividade insalubre. “Tenho cerca de 26 anos de contribuição, quatro de tempo especial. Queria me aposentar antes da reforma, mas acho que terei que pagar pedágio”, diz.

CONFIRA OS DOCUMENTOS COM CUIDADO

Com o cadastro das contribuições em mãos, o segurado pode conferir se todos os períodos registrados nas carteiras de trabalho ou de pagamentos por carnês foram reconhecidos pelo INSS. “Tem Cnis que vem certinho, mas é importantíssimo fazer a segunda conferência, ter uma segunda opinião”, orienta o advogado Rômulo Saraiva.

Se achar algum erro, o segurado pode solicitar a correção ao INSS para facilitar o futuro pedido de aposentadoria. Preocupado com a reforma, o porteiro Djalma Barbosa, 55 anos, buscou o INSS na semana passada para se preparar.

“Vim fazer o levantamento do meu tempo de serviço, depois vou avaliar com um especialista qual vai ser a melhor opção no meu caso ou se terei que esperar até os 65 anos”, diz.

Verifique seu cadastro
Como consultar o Cnis
O extrato do Cnis (Cadastro Nacional de Informações Sociais) deve trazer todos os períodos trabalhados pelo segurado
>> O documento pode ser solicitado em qualquer agência do INSS
>> Não é preciso agendar atendimento para conseguir uma cópia do extrato

SENHA

>> Se quiser ter acesso ao Cnis pela internet, é preciso agendar atendimento para cadastrar uma senha
>> Com a senha é possível consultar ao extrato a qualquer momento

CONFIRA OS PERÍODOS

>> Com o documento em mãos, é bom conferir se todos os períodos trabalhados foram reconhecidos pelo INSS
>> Compare o Cnis com as carteiras de trabalho ou os carnês de pagamento das contribuições
>> Se encontrar algum erro, é preciso pedir para o INSS corrigi-lo

CONTAGEM DE TEMPO

>> O trabalhador pode calcular quanto tempo tem de contribuição
>> A simulação pode ser feita no site do INSS (www.inss.gov.br)
>> Será necessário informar, com atenção, todos os períodos trabalhados para o sistema fazer a conta
>> Com a soma do tempo total de contribuição, dá para saber quanto falta para se aposentar

(Folhapress)

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