27 de dezembro de 2024
Goiânia

Com posto lado da sua casa, designer anda 16km para se vacinar contra Covid-19 no Conjunto Vera Cruz: “Foi muita emoção”

Cloves, professor e designer gráfico (Foto: Acervo Pessoal)
Cloves, professor e designer gráfico (Foto: Acervo Pessoal)

O professor e designer gráfico, Cloves Elias Ferreira cumpria um isolamento social rigoroso em sua casa no Jardim América, em Goiânia, na expectativa de uma dose de esperança com a vacina contra a Covid-19. Assim que ficou sabendo, nesta sexta-feira (09/07) da ampliação na capital para sua idade, 43 anos, não perdeu tempo: abriu o aplicativo e organizou o agendamento para receber a ‘picadinha da vida’. Acontece que na pressa – e emoção – marcou para receber o imunizante 16km longe da sua casa no Centro de Saúde da Família Vera Cruz 2. Detalhe: Cloves poderia ter marcado na Unidade de Pronto Atendimento do seu próprio bairro. Bem mais perto.

“Há dias fiz o cadastro, e hoje, quando fiquei sabendo que a idade havia baixado para 43, na mesma hora fiz o agendamento. Nem me dei conta das opções de local, cliquei no primeiro que vi”. Deveras, a pressa na expectativa e a emoção já tomaram de conta do designer. “Na verdade, comecei a me emocionar já na hora que consegui agendar a vacina. Os olhos lacrimejaram”, descreve ao Diário de Goiás. 

Cloves que trabalha de forma remota até hoje, quase não sai de casa. “Faço caminhadas, sempre de máscara e tomando todos os cuidados e uma vez ou outra ando de moto para desestressar”. Acabou que seu sábado se tornou um evento: pegou sua moto e assim que agendou foi para o CSF Vera Cruz 2. Gastou pouco mais de 30 minutos para chegar. “O tempo que gastei no trânsito foi maior que o que fiquei na fila para vacinar”, conta.

Muita emoção para a foto

Segundo Cloves, ‘diz a lenda que quem não posta foto da vacinação, ela perde a eficácia’. Brincadeiras à parte, a emoção que o fez percorrer alguns quilômetros além da conta, permaneceu durante a aplicação da dose. “Não registrei esse momento, porque nenhuma imagem é capaz de descrever a emoção que senti”, destacou.

Quando se deu conta que havia se vacinado, com o cartão de vacinação em mãos fora do posto, os olhos encheram-se de lágrimas e a garganta embargou. “Parece meio bobo, mas no momento em que vivemos, com tanto descaso por parte do governo federal, com tantos negacionistas e tantas mortes, veio um filme na cabeça, imaginando quantas vidas não poderiam ter sido salvas.”

‘Situação corriqueira’

Em meio a tantas campanhas de vacinação, esta, tornou-se especial. Não por ser mais efetiva que outras, mas com mais de 520 mil vidas perdidas ao longo de quase um ano e meio, o alento de um futuro melhor por meio da aplicação está aí.  “É uma situação tão comum, tão corriqueira, desde que me entendo por gente minha família sempre se preocupou em manter o cartão de vacinação dos filhos atualizado. Tenho mais 3 irmãos e todos com saúde graças às vacinas que tomaram ao longo da vida. Hoje, mantenho meu cartão de vacinação atualizado, faço o acompanhamento pelo App do SUS, tenho 3 filhos e mantenho a mesma rotina de vacinação para todos”, destaca.


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