19 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:46

Com PM em greve, ES tem aumento de violência e pede ajuda do Exército

As aulas foram suspensas nesta segunda (06) devido à falta de segurança nas ruas de Vitória / Foto: Gilson Borba/Futura Press
As aulas foram suspensas nesta segunda (06) devido à falta de segurança nas ruas de Vitória / Foto: Gilson Borba/Futura Press

Reivindicando reajuste salarial e pagamento de benefícios, a Polícia Militar do Espírito Santo entrou em greve na sexta (3), o que causou uma onda de violência em várias cidades da Grande Vitória no último fim de semana.

O governador em exercício, César Colnago, conversou nesta segunda (6) com o presidente Michel Temer e solicitou o envio das Forças Armadas para ajudar no policiamento das ruas.

O atual governador, Paulo Hartung (PMDB), está de licença médica depois de retirar um tumor localizado na bexiga na sexta. Colnago, que assume interinamente o comando do Estado pela quinta vez, fica na função até o próximo dia 12. A transmissão do cargo foi realizada na residência oficial do governo (Resof), na Praia da Costa, em Vila Velha, neste domingo (5).

O secretário da Segurança Pública do Espírito Santo, André Garcia, afirmou nesta segunda (6) que o coronel Laércio Oliveira deixou o comando da PM no Estado sendo substituído pelo Nilton Rodrigues.”Ele assume o comando com a missão de restabelecer a ordem e a disciplina e de continuar conversando com policiais, mas com a premissa fundamental de colocar policiamento na rua. Usar todos os meios possíveis para policiamento das ruas capixabas.”

O protesto impede a saída de carros e a realização de patrulhamento nas cidades. O secretário disse ainda que a Justiça declarou a greve como ilegal e determinou que os manifestantes liberem as entradas dos quartéis. A falta de cumprimento da decisão acarretará multa de R$ 100 mil por dia.

CRISE NO FUNCIONALISMO

Para enfrentar a crise no funcionalismo, o governo do Espírito Santo decidiu realizar ajuste nas contas públicas em vez de pedir ajuda da União para arcar com o salário do funcionalismo.

Hartung diz ser contra a negociação da dívida dos Estados com a União. “Sabia que não resolveria”, diz. “O problema não é a dívida, e sim os gastos com a folha de pessoal e com os inativos, que aumentaram em descompasso com a receita.”

O governador capixaba diz que corta despesas desde que assumiu, em 2015. Há dois anos o funcionalismo não tem aumento. O Espírito Santo saiu, assim, de deficit primário (receitas menos despesas antes do pagamento de juros) bilionário em 2013 e 2014 para superavit em 2015.

VITÓRIA

A falta de segurança nas ruas fez com que a Prefeitura de Vitória suspendesse as aulas nas unidades da rede municipal, além do expediente nas repartições municipais e do atendimento em todas as unidades de saúde da capital.

“Para segurança dos servidores, população e das famílias, peço a compreensão de todos pois estamos suspendendo as atividades da PMV, no dia de hoje (6), exceto o trabalho nos dois PA´s, que terão o apoio da Guarda Municipal. Pedimos para que as pessoas se mantenham conectadas aos comunicados oficiais dos poderes públicos nesta segunda”, disse o prefeito de Vitória, Luciano Rezende.

Neste domingo (5), Rezende conversou com Raul Jungmann (Defesa) para pedir celeridade e apoio do governo federal para o envio das Forças Armadas.

A administração municipal informou que a vacinação contra a febre amarela está temporariamente suspensa até o fim do protesto dos familiares de policiais militares. Já o atendimento nos pronto-atendimentos da Praia do Suá e São Pedro continua normal neste início de semana.

(FOLHAPRESS)

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