Lideranças do Democratas lançaram nesta segunda (19), em Belo Horizonte, a dobradinha Rodrigo-Rodrigo para as eleições deste ano -Maia, presidente da Câmara, para o Planalto e Pacheco, deputado federal, para o governo de Minas Gerais.
Pacheco, ex-MDB, assinou sua filiação ao DEM durante a solenidade. “Vou levar o nome de Maia aos 853 municípios de Minas, é um compromisso público que eu assumo”, afirmou Pacheco ao lado do presidente da Câmara.
Em seus discursos, ambos defenderam renovação, corte de gastos e enxugamento da máquina pública, enfatizando a crise econômica que Minas Gerais vive atualmente.
Pacheco, que desejava o apoio dos tucanos em Minas, mas deve ter o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) como adversário, deu um recado ao aliado histórico ao afirmar que o passado deve ser respeitado, mas Minas deve olhar para o futuro.
Anastasia foi governador de Minas Gerais entre 2010 e 2014. Em entrevista à imprensa, Pacheco afirmou que a fala não foi uma referência ao senador.
Com a decisão de Anastasia de aceitar construir sua candidatura no estado, Pacheco perde o protagonismo na oposição ao governador Fernando Pimentel (PT), que tentará a reeleição.
Próximo de Anastasia, Pacheco voltou a negar a possibilidade de formarem uma chapa juntos. Questionado sobre a possível divisão de votos de eleitores contrários ao PT, o deputado disse ter direito de concorrer.
“Há um anseio comum dos mineiros hoje e é a esperança de mudar. Quanto à divisão de propostas e propósitos, considero natural. Eu mantenho meu conceito em relação a Anastasia, que é o melhor possível, mas eu tenho direito de dar a Minas uma oportunidade de uma alternativa.”
O presidente do PSDB de Minas, deputado federal Domingos Sávio, esteve presente e pregou união. “Caminhamos juntos em momentos decisivos e é hora de reconstruir. Os nossos ideais nos manterão unidos.”
Crise e renovação
Maia enfatizou a importância do diálogo para enfrentar o colapso financeiro dos estados -já sentido em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.
“Aquela política radicalizada e polarizada gerou esse estado onde ficou impossível repactuar acordos mínimos para a sociedade”, disse.
Maia afirmou ainda que o estado brasileiro está grande demais, defendendo redução de despesas, segurança jurídica para o setor privado e investimento em emprego e educação.
O presidente da Câmara iniciou suas viagens de campanha pela Paraíba, na última semana, e admitiu sua imagem sisuda.
“Falam que eu tenho que abraçar mais, que eu sorrio pouco. Eu vou ser o que sempre fui: um político mais fechado e que fala a verdade.”
Em seu discurso, o presidente do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto, afirmou que o partido passa por um momento de refundação em todo o país.
“O partido sempre desejou apresentar candidato próprio à Presidência da República. […] Temos nos organizado em todo o Brasil, temos recebido lideranças. E na figura de Rodrigo Pacheco posso apontar esse novo Democratas que se apresenta aos brasileiros”, disse.
ACM Neto afirmou ainda que a candidatura de Pacheco será prioridade do DEM nas eleições estaduais e que ele terá liberdade nas articulações políticas.
Maia e ACM Neto não deram entrevistas à imprensa.
Lideranças do PP, PSB, PPS, PMB, Avante e Patriota também discursaram em apoio a Pacheco. (Folhapress)
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