Durante o motim dos policiais militares do Espírito Santo, o número de mortos no Estado foi quase quatro vezes maior do registrado no mesmo período do ano passado.
De acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública, entre os dias 4 e 13 de fevereiro, 143 pessoas foram assassinadas. Em 2016, foram 38. Os números do governo são quase iguais aos divulgados pelo Sindicato dos Policiais Civis (145), que vinha sendo a única fonte de informações.
Amotinados, os policiais não vinham fazendo o patrulhamento das ruas. Mulheres e parentes dos agentes de segurança se postaram em frente aos batalhões da corporação bloqueando a saída dos carros. Com isso, o Estado viveu uma onda de violência desenfreada.
O movimento, iniciado no dia 4, perdeu força apenas nesta semana, com a convocação do Estado para que os PMs se apresentassem ao trabalho em locais públicos. Até helicópteros foram usados para levar e retirar os PMs para os batalhões onde ficam seus equipamentos.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, cerca de 2.500 policiais atenderam aos chamados. A corporação tem cerca de 10 mil homens, dos quais 2.000 saem diariamente para as ruas do Estado. A segurança no ES tem sido feita também por cerca de 3.000 militares e agentes da Força Nacional de Segurança, que estão em território capixaba desde o início da semana passada.
Na noite de terça (14), o juiz Mário da Silva Nunes Neto, da 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual, ordenou a saída imediata de manifestantes e a remoção de obstáculos que possam interferir na entrada e saída dos quarteis e batalhões. Dez mulheres de PMs que bloqueavam os portões foram intimadas. Caso a decisão não fosse cumprida, o magistrado determinou o pagamento de multa de R$ 10 mil por dia, para cada manifestante.
PUNIÇÕES
Também na terça, o governo publicou uma lista com os nomes de militares indiciados crime militar de revolta por conta do motim. Os 155 nomes foram publicados no “Diário Oficial” do Estado e responderão a Inquéritos Policiais Militares (IPMs) e processos administrativos que podem resultar desde em absolvição a até demissão e expulsão da PM.
Estão na lista: dois tenentes-coronéis, um major, um capitão da reserva, quatro primeiros-sargento, três terceiros-sargentos, 28 cabos e 116 soldados. Esse são os primeiros policiais dos 703 anunciados pelo governo do Estado envolvidos no motim.
O crime militar de revolta prevê de pena de 8 a 20 anos de prisão Os procedimentos têm prazo de 30 dias para serem concluídos, inicialmente. Neste prazo, serão analisadas as provas e os militares podem ser absolvidos, sofrer sanções, ser presos, demitidos e até ser expulsos da corporação. (Folhapress)
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