05 de dezembro de 2025
TROCA CONSUMADA

Com metas e corte de R$ 8 milhões/mês, OSs assumem maternidades após queda de braço entre SMS e Fundahc

Prefeito destaca objetivos e metas e secretário prevê salto na qualidade do atendimento materno-infantil nas três maternidades
Mabel disse que as metas já estão fixadas para as OSs - Foto: Altair Tavares / DG
Mabel disse que as metas já estão fixadas para as OSs - Foto: Altair Tavares / DG

As novas gestoras das maternidades públicas de Goiânia já estão todas trabalhando “com objetivos e metas a serem cumpridas”, garantiu nesta sexta-feira (29) o prefeito Sandro Mabel (UB). A transição da gestão para as três organizações sociais (OSs) encerrou nesta sexta-feira com a saída da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) que há 13 anos estava à frente das maternidades Dona Iris, Nascer Cidadão e Célia Câmara.

“Tem todo um processo, eles [as OSs] trouxeram um monte de diretores e gerentes deles, com mais experiência. Já tinham feito um processo seletivo após ganharem o certame e os [funcionários da fundação] que já estavam podem ter outro processo seletivo para ver se eles querem trabalhar, continuar, ou o que querem fazer”, destacou Mabel durante entrevista coletiva pela manhã.

Não se comentou durante a entrevista as divergências sobre pagamento de atrasados entre a Fundahc e a prefeitura. A Fundação vinha dizendo que não faria o desligamento de seus funcionários enquanto não recebesse os valores atrasados que não foram pagos pela gestão anterior, comprometendo o fundo rescisório destinado aos direitos trabalhistas.

Falta de contratos

Durante a coletiva, o prefeito falou sobre falhas administrativas graves encontradas em algumas áreas da prefeitura, tais como falta de contratos formalizados em órgãos como o Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas). “Lá [no Imas] só pagava por indenização [um tipo de ressarcimento por serviços prestados], não tinha contrato com ninguém”, afirmou Mabel.

Novas gestoras já estão na ativa para dar maior eficiência operacional

Neste sábado completa uma semana que a Maternidade Dona Iris está sob a gestão do Instituto Patris. Nesta sexta, foi a vez das OSs Sociedade Beneficente São José (SBJ) e Associação Hospitalar Beneficente do Brasil (AHBB) assumirem definitivamente a gestão do Hospital e Maternidade Célia Câmara e da Maternidade Nascer Cidadão, respectivamente.

A prefeitura divulgou a transição como “o início de um novo modelo de administração nas unidades municipais de saúde materno-infantil, visando à eficiência operacional e à oferta contínua de serviços à população”.

Secretário está confiante em salto de qualidade nas maternidades de Goiânia

“Estou muito confiante de que teremos um salto de qualidade no cuidado oferecido às gestantes, puérperas e crianças”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer. “As organizações sociais já estão integralmente responsáveis pelas operações nessas unidades, incluindo escalas dos profissionais, abastecimento de medicamentos e insumos e estruturação dos serviços”, completou.

Pagando quase R$ 8 milhões a menos, SMS fala que metas não mudaram

As três maternidades municipais geridas pela Fundahc a um custo mensal de R$ 20,4 milhões, mas, destacou a prefeitura, “sem seleção pública que possibilitasse a participação de outras entidades sem fins lucrativos”. Com a troca, o custo total caiu para R$ 12,6 milhões mensais para a gestão das maternidades.

A superintendente de Redes de Atenção à Saúde da SMS, Camila Brum agradeceu à Fundahc pelos serviços prestados, mas disse que a secretaria entende que é o momento de avançar e garantiu que não haverá perda na qualidade do atendimento.

“As organizações sociais que assumem as maternidades terão os mesmos planos de trabalho pactuados com a fundação, mas com um controle mais rígido no cumprimento das metas assistenciais, assegurando que a população acesse de fato os serviços”, assegurou.

Novo edital sairá no fim do ano

As OSs entraram celebrando termos de colaboração em caráter emergencial com validade de 180 dias. A SMS prepara edital de chamamento público para escolher quem ficará responsável pela gestão de forma definitiva.

“Esse processo já foi iniciado com a qualificação de organizações sociais para atuação no município. Agora vamos elaborar os estudos técnicos preliminares e o termo de referência, para garantir que a contratação seja sustentável, exequível e alinhada ao interesse público”, destacou o secretário de Saúde.


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