Por João Prata
A edição comemorativa dos 60 anos da Eurocopa teve uma série de percalços por causa da pandemia e acontecerá um ano depois da previsão inicial. Mas, desde o início, mesmo antes do coronavírus, a competição foi pensada para acontecer espalhada pelo continente. No total, serão 11 cidades-sede, com diferentes protocolos em relação a presença de público e com possibilidade de mudanças ao longo da competição.
O torneio começa nesta sexta-feira com o confronto entre Turquia e Itália, às 16h (de Brasília), no estádio Olímpico, em Roma. Para esse jogo foi permitida a venda de 25% dos ingressos. A final está programa para acontecer em 11 de julho, no estádio de Wembley, em Londres, com expectativa de 45 mil torcedores.
Serão 24 seleções em seis grupos. Atual campeão, Portugal, do astro Cristiano Ronaldo, está na chave F, a mais difícil1, que conta também com a campeã do mundo França, Alemanha e Hungria. Só dois avançam.
Controlar a circulação das pessoas e evitar o aumento de casos de coronavírus na Europa será o principal desafio da competição. A primeira fase terá 51 partidas, com limitação de público e uma promessa de monitoramento de todos os torcedores para evitar aglomeração. Só poderão comprar ingressos moradores do país onde acontece a partida. Torcedores das seleções visitantes não poderão adquirir os bilhetes.
O problema da pandemia não está apenas entre o público. A Espanha e a Suécia enfrentam avanço da pandemia. Os jogadores espanhóis Busquets e Diego Llorente testaram positivo para a doença nesta semana e entraram em isolamento. A comissão técnica não informou quando serão reintegrados, mas já se precaveu. Eles divulgaram uma lista com 11 atletas sub-21 que vão ficar treinando em uma bolha paralela no CT da equipe, em Madri, na Espanha.
“É uma situação desagradável para qualquer um”, disse o zagueiro espanhol Jordi Alba, novo capitão da Espanha na ausência de Busquets. “Estamos muito calmos e cumprindo todos as normas. Temos que continuar e nos adaptar. Esperamos que não tenha novos contaminados”, acrescentou.
Apesar de em alguns países europeus a vacinação estar adiantada, nem todos os jogadores chegarão para disputar a Euro vacinados. Por isso que cada cidade-sede tem sido chamada de super bolha, para que as seleções fiquem completamente isoladas. Mesmo assim haverá grandes deslocamentos, pois haverá delegações que terão de ir da Escócia para o Azerbaijão, por exemplo, ou da Rússia para o sul da Itália.
A Inglaterra, que abrigará a final no lendário Wembley, estreará no estádio contra a Croácia no domingo. Com Harry Kane no comando do ataque, o time inglês tentará erguer a primeira taça desde a Copa do Mundo de 1966.
A equipe chega com apoio dividido dos torcedores. No amistoso contra a Áustria, os jogadores se ajoelharam em campo antes do início em uma campanha contra o racismo. Parte dos torcedores que estava no local vaiou a atitude. Um dos líderes do time, Jordan Henderson, condenou as críticas. “Se ainda tem gente que vaia o que denunciamos, quer dizer que continuamos tendo problemas e precisamos seguir lutando juntos.”
A seleção croata também afirma que o gesto de se ajoelhar não tem significado algum no contexto do país. No último amistoso contra a Bélgica, os belgas fizeram o gesto, enquanto o time da Croácia ficou em pé. Outra polêmica foi o uniforme da Ucrânia (leia abaixo).
A expectativa é que os problemas extracampo parem por aí e que a partir desta sexta ganhem destaque no noticiário apenas o que astros como Mbappé, Lewandowski e De Bruyne façam em campo. E, claro, que também as estreantes Finlândia e Macedônia do Norte surpreendam as grandes seleções.
(Conteúdo Estadão)
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