Com impasse no partido, o presidente Michel Temer decidiu nesta quarta-feira (21) adiar para o final de março a escolha de um nome do PTB para assumir o Ministério do Trabalho.
Em reunião, no Palácio do Planalto, ele pediu ao presidente nacional da sigla, Roberto Jefferson, e ao líder do partido na Câmara dos Deputados, Jovair Arantes (GO), que cheguem a um acordo até a reforma ministerial.
Por causa da saída de ministros para disputar as eleições deste ano, o emedebista terá de fazer até o início de abril trocas em pelos menos dez pastas.
Até lá, segue à frente da pasta na condição de interino o secretário-executivo Helton Yomura, nome defendido por Jefferson para assumi-la definitivamente.
A nomeação dele, contudo, enfrenta resistência na bancada do partido, que ameaça se rebelar contra o governo federal caso ele assuma o cargo.
Em dezembro, após a saída de Ronaldo Nogueira do comando da pasta, Jefferson tentou emplacar o secretário-executivo para o cargo, mas Jovair foi contra e a indicação não foi adiante.
Os deputados federais tem reivindicado que um parlamentar da bancada da legenda assuma a pasta e tem pregado o nome de Jorge Corte Leal (PE), que foi presidente da Fiepe (Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco), entidade que representa sindicatos patronais.
Nesta terça-feira (21), o partido anunciou a desistência da deputada federal Cristiane Brasil (RJ) em assumir a pasta. A informação de que o PTB indicaria outro nome para o comando do Ministério do Trabalho foi antecipada pela Folha de S.Paulo.
Temer trava há quase dois meses uma guerra jurídica com o Poder Judiciário pela nomeação de Cristiane. Ela foi impedida de assumir pela primeira instância federal por condenações na área trabalhista.
A suspensão foi mantida pela segunda instância e, posteriormente, pela presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia, que revogou decisão do ministro Humberto Martins, do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Além da definição do Trabalho, Temer tem se dedicado à escolha de um nome para o novo Ministério da Segurança Pública, que deve ser criado neste semana.
O presidente viajou a São Paulo para conversar com possíveis novos ministros. Ele avalia tanto militares como civis, entre eles indicados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
O emedebista considera, por exemplo, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Barbosa Filho, e o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Sérgio Etchegoyen. (Folhapress)
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