Com a filiação ao PSB prevista para que ocorresse nesta sexta-feira (6) à noite em um hotel em São Paulo, Joaquim Barbosa anunciou no Twitter que havia postado um comunicado no Facebook.
Sua página no Facebook, no entanto, é fechada e nem assessores e filiados ao partido conseguiam confirmar a filiação do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal.
Seguidores lotaram a publicação no Twitter com comentários jocosos ao feito de Barbosa.
À reportagem, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, disse que o ex-ministro assinou a ficha de ingresso no partido.
Barbosa é cotado para disputar a Presidência, mas algumas alas do PSB como a do governador paulista, Márcio França, são contra.
De acordo com interlocutores, Barbosa ficou abalado com a ordem de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Resolveu, por isso, adiar a cerimônia de ingresso no PSB.
Mas a prisão de Lula também foi adiada e deve ocorrer neste sábado (7), mesma data em que vence o prazo para filiações de quem pretende disputar a eleição em outubro.
Lula indicou Barbosa para o Supremo, a primeira de um ministro negro, em seu primeiro ano no governo, 2003. À Folha de S.Paulo, Barbosa contou que votara no petista na eleição de 2002.
Dez anos depois, ele seria visto como algoz do PT ao determinar a prisão de 12 réus condenados no mensalão, entre eles o ex-presidente do partido José Genoino e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
Em nota, Siqueira disse que “Joaquim Barbosa é um homem público honrado, de trajetória admirável, que vem reforçar e qualificar os quadros do partido”.
Como presidente do Supremo, “ele deixou sua marca pessoal de firmeza e independência, e, ao colocar em discussão na corte pautas progressistas contribuiu para um significativo avanço civilizatório da sociedade brasileira”, disse Siqueira.
O post
Leia aqui a publicação escondida de Barbosa:
“Há quase quatro anos deixei espontaneamente a vida pública, após 41 anos de serviços prestados ao Estado e à sociedade brasileira. Deixei também a vida acadêmica, ao renunciar ao cargo de professor da Faculdade de Direito da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Afastei-me formalmente, mas continuei a acompanhar atentamente a evolução da vida econômica, política e social do país.
Durante todos esses anos, não me faltaram o carinho e o respeito dos brasileiros.
No ano passado, fui estimulado por amigos a manter conversas com líderes de partidos políticos com vistas a uma possível filiação e candidatura a cargo eletivo. Essas conversas mostraram-se mais construtivas e consequentes com o PSB, presidido pelo doutor Carlos Siqueira.
Contudo, dar esse passo (sobretudo neste momento conturbado da vida nacional) tem sido um dilema pessoal para mim.
A muitos pode parecer paradoxal, mas das conversas com o PSB construiu-se um entendimento que, no fundo, me traz um certo conforto e propicia mais tempo para reflexão na tomada de uma decisão final. É que, embora uma parcela considerável das lideranças do partido externem simpatia pela minha filiação, o fato é que, em total transparência, o PSB deixou claro que não me garante de antemão a legenda para uma possível candidatura à Presidência da República.
Tal arranjo me convém, pois, como dito anteriormente, ainda questiono se devo ou não ingressar na disputa político-eleitoral. No entanto, a legislação eleitoral brasileira impõe prazos peremptórios.
Restam-me, pois, duas opções: não me filiar e ficar fora do processo; ou filiar-me, sem o compromisso de ser candidato, consciente de que o partido pode escolher outro caminho que não a candidatura própria.
Escolherei uma dessas opções dentro do prazo regulamentar.”
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(Folhapress)
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