18 de setembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:22

Com escolas ocupadas, até supermercado vira local de votação no Paraná

Com quase 500 escolas estaduais ocupadas por alunos, eleitores do Paraná tiveram seus locais de votação remanejados e votaram em creches, igrejas, unidades de saúde e até em um supermercado.

Em Curitiba, parte do estacionamento de um supermercado foi ocupado por urnas de 11 seções eleitorais, que antes estavam num colégio estadual.

O espaço foi dividido com faixas de isolamento amarelas. Um carrinho de supermercado, em pé, ajudava a demarcar o caminho para o eleitor.

“Eleição é igual a parto: tem que sair”, diz a servidora do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) Giovana Barbosa, que trabalha na coordenadoria de planejamento do órgão.

O TRE transferiu todos os eleitores que votavam em escolas estaduais no Paraná, para evitar prejuízos aos eleitores.

Foram 700 mil eleitores deslocados, numa mudança que custou R$ 3 milhões. Em Curitiba, quase a metade dos eleitores teve alteração no local de votação.

“Para mim foi tranquilo, não tive problema”, diz o bancário Rodrigo Meher, 31, que votou no supermercado. “Deu uns cinco minutos de carro.”

“Foi tranquilo. Mas eu não apoio as ocupações. É uma falta de vergonha, já virou bagunça”, opina o estudante Rodrigo Pereira, 21.

A aluna secundarista Paula Oliveira, 18, pensa diferente. “Eu sou a favor [das ocupações]. Tem que fazer algo para chamar a atenção do governo.” Ela também votou no supermercado.

Segundo a servidora do TRE, a maioria dos eleitores colaborou com a mudança. Cartas foram enviadas às casas dos eleitores, e um ônibus foi disponibilizado de graça para os locais de votação mais distantes.

Em frente aos colégios, três homens do Exército e um policial militar faziam a segurança e orientavam os eleitores que não sabiam sobre a mudança. Não foram registrados incidentes, porém.

Até mesmo o local de votação do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), foi alterado. Ele criticou o transtorno e disse que “está na hora de parar com essa brincadeira”, em relação às ocupações.

Os estudantes protestam contra a reforma do ensino médio, proposta pelo governo federal. Parte dos pais e alunos é contra as ocupações e pede a volta às aulas.

Nas últimas semanas, grupos políticos como sindicatos, partidos e movimentos anticorrupção têm aderido ao debate, assumindo posições pró ou contra e organizando protestos.

Folhapress

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