Uma proposta enviada pela Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) para o escalonamento de horários de funcionamento de atividades não essenciais foi acatada pela prefeitura de Goiânia e passa a valer a partir da próxima semana. A medida foi tomada para evitar aglomerações em terminais e pontos de embarque e desembarque, que se tornaram comuns após a flexibilização de algumas atividades econômicas.
Segundo o presidente da CMTC, Benjamin Kennedy, a intenção é diluir o horário de pico, que hoje ficaria concentrado em cerca de duas horas, em até quatro horas e meia e reduzir o número de pessoas à espera dos ônibus.
Pela definição, garis e coletores, postos de combustíveis e panificadoras começarão a funcionar a partir das 6h. Às 7h, iniciam-se atividades das áreas de saúde, indústrias alimentícias e farmacêuticas, além da construção civil. Domésticas, zeladores, vigilantes, porteiros, faxineiros, farmácias e drogarias abrirão às 8h. O horário das 9h é reservado a supermercados, hospitais e clínicas veterinárias, agências lotéricas, lojas veterinárias e de produtos agropecuários e demais atividades autorizadas por decreto. Por fim, às 10h, os bancos abrem as portas.
O escalonamento era uma das propostas do prefeito Iris Rezende para amenizar a superlotação do transporte coletivo. Contudo, antes da epidemia de Covid-19, jamais foi colocada em prática. Para o presidente da CMTC, essa pode ser uma herança positiva para o usuário no período pós-crise.
“Esse escalonamento, depois dessa crise, com certeza deve se perpetuar, até porque vai mudar a cara da cidade. Temos essa demanda concentradíssima das 6h às 7h30, mas sem grande impacto nos outros horários”, ponderou Kennedy em entrevista à Rádio Bandeirantes Goiânia.
Passageiros em pé
Uma determinação da Justiça, a pedido do governo, proíbe que passageiros sejam transportados em pé no transporte coletivo. Contudo, com o aumento da demanda, essa pode ser uma das soluções para reduzir o tempo de espera e evitar aglomerações em terminais e pontos de embarque e desembarque. Antes de pedir que o governo reconsidere, Kennedy diz que a CMTC vai esperar o efeito do escalonamento. No entanto, o presidente acredita que seja possível levar alguns passageiros em pé sem causar riscos à saúde.
“No meu entendimento, nos ônibus normais, poderia-se levar os 32 passageiros sentados e 18 em pé, ainda mais hoje com todos usando máscaras. Os ônibus da Metrobus, articulados e biarticulados, têm capacidade para 47 e 59 passageiros sentados. Creio que poderíamos levar esse mesmo quantitativo de pessoas em pé, pois o salão deles é mais generoso. Essa proposta, caso o escalonamento não dê muitos frutos, será levada ao governador”, disse.
Cobrir custos das empresas
Decisão judicial desta semana obrigou a prefeitura, a CMTC, o governo estadual e outros órgãos a cobrirem o prejuízo das empresas que operam o transporte coletivo na Região Metropolitana. O prazo para que um plano fosse colocado em prática é de cinco dias, mas Kennedy revela que o grupo pediu mais tempo. Na avaliação do presidente da CMTC, os empresários estão abertos a um acordo para evitar traumas.
“É uma maneira até mais fácil de se chegar a uma solução boa para todas as partes. Vamos tentar conseguir esse acordo”, comentou.
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