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Ao decidir recriar o Ministério das Cidades, o presidente da República Jair Bolsonaro, não esperava que criaria um palanque para brigas e intrigas nas redes sociais entre dois políticos goianos de dar inveja a roteiristas de aclamados dramas políticos em séries em um episódio que tem como elementos palavras de baixo calão, ameaças e até possíveis processos judiciais. Poderia fazer inveja em Michael Dobbs, autor do livro que deu origem a série norte-americana, disponível no Netflix, “House of Cards”. Acabou sobrando até para o governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB).
Tudo isso porque o nome do pepista Alexandre Baldy, secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, havia sido sondado para a (velha) nova pasta. Talvez por já ter passado por ela na gestão do ex-presidente Michel Temer, entre 2017 e 2018. Kajuru não gostou nenhum pouco de ver as manchetes ligando Alexandre ao cargo e utilizou redes sociais para desferir uma série de acusações. Em um deles, chama Baldy de “office boy picareta de João Dória (mesma laia)”. Disse ter um acervo farto de denúncias que já foram encaminhadas a Jair Bolsonaro, “por meio do filho, Flávio”, diz em um tuíte. Kajuru chamou essas denúncias de “capivara”, mamífero de corpo robusto, musculoso e coberto por uma pelagem, costumeiramente marrom, áspera ao tato humano. Segundo Kajuru, Baldy tem uma ficha criminal ruim de pegar como a pele de uma capivara. Com tantos ataques, o nome de Alexandre – que segundo interlocutores, já estava com um pé no ministério – perdeu força ainda no final de semana.
ENTENDAM SEGUIDORES: TUDO QUE TENHO DE PROVAS CONTRA ESSE OFFICE BOY PICARETA DE JOÃO DÓRIA (MESMA LAIA) EU ENTREGUEI AO PRESIDENTE BOLSONARO. VOU SURPREENDÊ-LO COM O QUE SEI. ENTÃO NÃO POSSO ANTECIPAR AQUI ANTES DO PROCESSO. JURIDICAMENTE ÓBVIO.
— Senador Kajuru (@SenadorKajuru) May 12, 2019
Ataques deferidos, foi questão de tempo para Baldy ir às redes se defender dos golpes. “Kajuru, espero que tenha advogado, pois frequentará o tribunal”, escreveu em sua conta pessoal do twitter.
Kajuru, espero que tenha advogado, pois frequentará o Tribunal, para provar cada fala que profere, ainda como legislador, deveria conhecer as leis para abrir esta tua boca porca. Mas como é um belo vigarista, que cobra dinheiro para se calar, aprenderá na justiça sobre leis
— @alexandrebaldy (@alexandrebaldy) May 12, 2019
Também não demorou para Kajuru responder. Sobrou até para Doria, governador de São Paulo. “Me processa logo patife e Dória ficará no lixo”, publicou.
Venha me ameaçar @alexandrebaldy e antes de advogado, tenho gravações de ti mala com o ARTUR da ITSH Rio. E ele pode lhe delatar agora. Tenho vc e o MAURICIO, ex Denatran e tenho a propina q ofereceu ao pres do DETRAN GO! Me processa logo patife e DÓRIA ficará no lixo.
— Senador Kajuru (@SenadorKajuru) May 12, 2019
Após os ataques, Kajuru ainda bloqueou as contas de Baldy na rede social, mas continuou xingando-o e republicando notícias desfavoráveis ao ex-deputado federal. Ao todo, foram 10 tuítes num espaço de menos de 24 horas. Ao perceber que havia sido bloqueado, Baldy também usou o twitter para retribuir a gentileza: chamou Kajuru de “patife”.
Mesmo me bloqueando @senadorkajuru aguardo, denuncie as ameaças que faz e continua escrevendo em minhas costas, Não tem coragem de enfrentar de frente seu vigarista! Não tenho medo de placa Mercosul, de empresas que relacionam com Governo, NÃO TENHO RABO PRESO como você tem.
— @alexandrebaldy (@alexandrebaldy) May 12, 2019
No meio dessa avanlanche de desentimentos, brigas e lavação de roupa suja, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) teve de se manifestar. Disse que não havia indicação por parte dos deputados fazendo lobby ao nome de Alexandre Baldy. Em entrevista a jornalista Andréia Sadi foi taxativo ao dizer que o governo deveria procurar outro nome. “Não vou indicar Baldy nem ninguém. O governo que procure outro nome. Vocês pedem para a gente indicar, depois ficam falando que é ‘toma lá, dá cá’. Nunca tive cargo no governo de Temer e não preciso ter. Importante é achar alguém que coloque a política de investimentos para funcionar”, ressaltou.
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