09 de agosto de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:37

Com crise em presídios, Temer criará unidade de segurança máxima no RS

Michel Temer. (Foto: Fotos Públicas)
Michel Temer. (Foto: Fotos Públicas)

Após chamar o massacre presidiários de “acidente pavoroso”, o presidente Michel Temer (PMDB) disse na manhã desta segunda-feira (9) que a crise do setor é uma “situação dramática”.

Temer também anunciou a construção de um presídio de segurança máxima, 1 dos 5 planejados pelo governo federal, no Rio Grande do Sul. O anúncio de Temer ocorreu durante cerimônia de entrega de 61 ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ao Estado, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre.

Temer foi recebido com protestos na primeira visita oficial ao RS como presidente. Ele não informou prazos para realização da obra, tampouco a cidade onde ficará o presídio federal. O governador José Ivo Sartori (PMDB), segundo o presidente, deverá escolher o local.

Questionado sobre o novo presídio ser suficiente para resolver os problemas penitenciários, Temer disse ser “evidente que não”, mas que se trata de uma “situação dramática”. “Espero que daqui algum tempo nós possamos construir só escolas. Mas, por enquanto, temos uma situação dramática. Quando pega presídios no Brasil, cabe 600 e tem 1.200 pessoas. Se não atuar nessa área, não consegue dar os primeiros passos”, disse à imprensa.

Pacote anunciado na semana passada pelo governo federal irá reduzir em apenas 0,4% o atual deficit de vagas no superlotado sistema carcerário do país.

Crise gaúcha

O anúncio do presidente foi feito em meio a crise dos presídios, com 102 assassinatos na primeira semana do ano. O Rio Grande do Sul também vive o caos na segurança pública. No último ano, os presos chegaram a ser algemados em lixeiras por falta de vaga nas carceragens.

O Presídio Central de Porto Alegre tem 4.700 presos para 1.800 vagas e é considerado um dos piores do Brasil. O Central não tem celas e os presos comandam as galerias, divididos por facções. Agentes penitenciários e policias não entram nas galerias, apenas atuam do lado de fora.

A falta de saneamento e de espaço faz com que o Central lembre um “navio negreiro”, como mostram as fotos do juiz Sidinei Brzuska, da Vara de Execução Criminal.

Folhapress

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