09 de agosto de 2024
Destaque • atualizado em 26/07/2021 às 07:47

Com cidade iluminada e muralhas digitais, Rogério Cruz quer mais tecnologia para Goiânia ainda em 2021

Rogério Cruz completa um ano frente ao cargo (Foto: Fernando Leite)
Rogério Cruz completa um ano frente ao cargo (Foto: Fernando Leite)

Finalizando um semestre conduzindo a Prefeitura de Goiânia, o republicano Rogério Cruz teve de se virar nos 30 para não entrar em possíveis rotas de colisão que apareceram nos primeiros momentos de seu mandato. Conseguiu superá-los até aqui mas não está satisfeito. “Agora que entrei na terceira marcha”, pontua o prefeito ao iniciar uma entrevista com os jornalistas do Diário de Goiás, Altair Tavares e Domingos Ketelbey. Se pensar que o carro que deixou em Moçambique, que tem 9 marchas, seu trabalho frente ao Paço Municipal está engrenando. “Há muito o que ser feito ainda neste ano”, destaca. 

Cruz teve de enfrentar algumas intempéries até aqui: primeiro, assumir a condução da Prefeitura que seria dirigida pelo emedebista Maguito Vilela, que sequer pôde “ligar o motor” do veículo por conta da fatalidade em decorrência da Covid-19. Hoje, vê pelo retrovisor o rompimento com o MDB, de Daniel Vilela, tudo isso em meio à segunda onda da pandemia do coronavírus e as tentativas de conter o avanço da Covid-19 por meio de restrições por meio de decretos que limitavam a circulação de pessoas e o comércio da capital.

Goiânia com sua muralha digital

Com o tempo ameno e com as turbulências ficando para trás, Rogério pode agora avançar a marcha, mas ainda há trabalho. A vacinação contra a Covid-19 segue em curso, mas a pandemia ainda está aí. Com um “abacaxi para descascar”, o republicano quer se tornar um dos protagonistas em um novo sistema que promete remodelar o transporte coletivo de Goiânia e região metropolitana. Mas para além disso tudo quer tornar a capital uma cidade totalmente inteligente na esteira das smart-cities.

Avançando a marcha, o prefeito quer criar muralhas digitais na capital. Rogério Cruz quer formar um cerco digital de segurança por Goiânia integrado com as forças policiais e até com o Ministério da Justiça para um banco de dados seguro nacionalmente. O modelo já tem sido implantado em outras capitais como Curitiba e segundo o republicano, já há estudos para ser executado ainda este ano por aqui.

Na esteira das cidades inteligentes, a Avenida 24 de outubro poderá receber em breve, um projeto que deve virar um ambiente regulatório experimental, ou um SandBox, no termo inglês. A ideia da equipe do prefeito é tornar toda a iluminação da região automatizada para a partir disso, implantar em outros bairros. “Em breve, quem chegar em Goiânia de avião, por exemplo, vai ver a cidade toda branquinha, toda iluminada”, garante. 

Mas antes da tecnologia, uma pandemia

O carro da Prefeitura que o prefeito dirige está em marcha lenta. No meio do caminho dos gestores públicos apareceu uma pandemia que assola todo o mundo e algumas soluções tiveram de ser retardadas. O foco de Rogério Cruz hoje é resolver essa questão e daqui uns tempos, mas olhar para a Covid-19 pelo retrovisor é ainda algo que não será possível tão cedo. “Hoje a preocupação que fica em volta da gestão é o que vem depois: as cepas, por exemplo. Para se ter uma ideia, quando assumimos a prefeitura em janeiro, ainda como interino, nós pegamos a prefeitura com 136 entre UTI e enfermaria. Hoje nós temos mais de 300 leitos prontos para serem ativados pela Prefeitura. Não estamos utilizando todos”, avalia.

Acontece que Rogério Cruz determinou uma “margem de segurança” para garantir que mesmo com a reabertura, a pandemia não promova consequências maiores para a população na capital. “Temos em torno de 78% dos leitos de UTI, mas todos os que estão vagos eu faço questão de não devolver nenhum leito enquanto vivermos esse momento difícil. É uma margem de segurança”, pontua.

As Unidades de Pronto Atendimento da capital possuem leitos semi-UTI para o pronto-atendimento em casos de possíveis urgências: o foco da gestão tem sido a saúde até aqui. “Até hoje as pequenas UPAs que temos em Goiânia precisam de uma mini UTI ainda está lá na UPA. A gente não quer ter o desconforto de falar que a pessoa morreu com Covid-19 por falta de UTI. É assim que nós pensamos na nossa gestão, então, todos os leitos que abrimos, todos estão à nossa disposição. O que nos preocupamos até hoje é a saúde”.

O editor-geral do Diário de Goiás, Altair Tavares ouve o prefeito Rogério Cruz

O ‘abacaxi para descascar’: empresas aliviadas, não tem do que reclamar

Um dia após ser diplomado para o mandato, Rogério Cruz viu o transporte coletivo de Goiânia parar. ‘Colapsadas’ as empresas pediam socorro financeiro frente a crise do coronavírus e desligaram as chaves dos veículos deixando os passageiros plantados nos pontos de ônibus da Região Metropolitana da capital. Seu antecessor, o prefeito Iris Rezende (MDB) resumiu o problema: era um abacaxi que precisava ser resolvido e que acabaria nas mãos do próximo gestor.

Naquele contexto tumultuado, Rogério Cruz se jogou no debate. Pegou o telefone e ligou para o presidente do Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Goiânia (SET) e foi em busca da solução. “Eu me propus a resolver o problema. Não poderia resolver naquele momento porque não tinha tomado posse, mas ao tomar posse disse a ele que queria ajudar a resolver o problema”, relembra. 

Após muita discussão o imbróglio foi resolvido e o Plano Emergencial para Socorro Financeiro as empresas finalmente acertado. “Eu aceitei pagar os 41%, o governador também aceitou pagar os 41% que era referente às cidades da Região Metropolitana com exceção a Canedo e Aparecida. Eu entrei com a minha parte, Aparecida com 9,28% e Canedo com aproximadamente 8%. Ficaram pendentes mas a Justiça entrou e mandou pagar. Eles já acertaram essa semana, agora estão livres com essa questão. As empresas estão aliviadas, não tem o que reclamar.”

Falta agora, no entanto, o novo modelo que reformulará o sistema de transporte em Goiânia e consequentemente da sua região metropolitana. Mais delicado, afinal de contas, envolvem outros prefeitos. “Eu não posso pensar sozinho nesse modelo de sistema. Eu tenho que pensar na região metropolitana. Se eu for pensar sozinho, eu posso fazer e criar um sistema único para Goiânia, mas estarei atrapalhando e impedindo que o povo da Região Metropolitana de chegarem até Goiânia”, pondera. 

Cruz quer acabar com a tarifa fixa para o transporte coletivo. A ideia é implantar preços dinâmicos e atrair de volta o passageiro que aos poucos foi abandonando o serviço. “Hoje, o cidadão sai de Bela Vista para Goiânia paga 4,30 e o cidadão sai da Praça Cívica para a Praça do Trabalhador também paga 4,30. É muito injusto. É mais fácil ele pagar um Uber. Eu quero dar condições das pessoas utilizarem o transporte público, sendo assim, o modelo do transporte público deverá ser diferenciado e atraente, ao ponto de eu poder deixar o meu carro num estacionamento e poder seguir no transporte público sem ter problema.” 

Com o novo sistema, Cruz quer impor mais transparência ao transporte e as empresas que tem a concessão do serviço. “Hoje, por exemplo, se você me perguntar quantos passageiros usaram o transporte público eu não sei. Se você perguntar ao governador ele também não sabe. Por isso o pessoal costuma dizer que hoje temos uma caixa-preta que ninguém tem acesso. É essa a dificuldade que temos em dizer como podemos avaliar o transporte público ou como podemos alterar a qualidade do transporte público. Não sabemos como mudar a qualidade porque não sabemos o que entra e o que sai. Com o novo sistema, não. É diferente, porque nós teremos acesso, além de tudo isso, teremos condições de novos fundos que serão criados para tratarmos o transporte público”, pontua.

Para auxiliar a redução da tarifa, Rogério Cruz quer criar outras formas de financiar a passagem. O republicano cita um exemplo. “Através de estacionamentos no centro da cidade. É um sonho, desejo e vamos fazer isso: estacionamentos verticais, qualquer capital hoje tem isso. Goiânia só tem um e é o mais antigo de todos. Isso faremos em todos os pontos da cidade”. 

Ele pretende usar a Castelo Branco / Mutirão como centro de estacionamentos verticais na cidade. “Iremos transformar a Castelo Branco em um grande ponto primordial do agronegócio que será a agrovia. Pretendemos criar ali estacionamentos verticais com salas de espera, os empresários não vão precisar ficar rodando com carro, ele pode comprar pelo celular e a empresa deixar lá. São essas as condições que queremos dar para as pessoas quando chegarem a Goiânia.”

(Foto: Fernando Leite)

‘Estaremos prontos para seguir em frente’

Com seis meses de mandato cumpridos e algumas crises sanadas paliativamente, Rogério Cruz pondera que pensar em reeleição é algo automático, mas não é o momento. Como não tem dúvidas que fará uma boa gestão, acredita que em 2024, o cidadão goianiense, pedirá sua candidatura ao pleito e diz convicto: “Estaremos prontos para seguir em frente”.

“Acho que reeleição é algo automático. Quando eu vou as ruas, as as vezes as pessoas falam: ‘parabéns, tamo junto com o senhor’, ‘tamo junto com o senhor para a reeleição’. Eu falo que é com eles. Temos muito tempo para trabalhar ainda, eu tenho que pensar é agora. Eu fui eleito, estou eleito para governar Goiânia até 2024, são 4 anos. O que vem daí para frente é o povo quem decide. Decide de acordo com a gestão, como a gestão será positiva eu não tenho dúvidas que o povo solicitará, né? Estaremos prontos para seguir em frente”, concluí.


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