24 de novembro de 2024
Economia • atualizado em 13/02/2020 às 01:37

Com alta generalizada, indústria tem melhor resultado para maio em 6 anos

A produção da indústria brasileira cresceu 0,8% em maio, na comparação com o mês anterior, informou nesta terça (4) o IBGE. Foi o melhor resultado para o mês desde 2011 e o segundo consecutivo de alta -em abril, segundo dado revisado pelo instituto, a indústria cresceu 1,1%.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve alta de 4%. Nos cinco primeiros meses de 2017, a produção industrial acumula alta de 0,5%.

“Há claramente um predomínio de taxas positivas e todas as categorias econômicas registraram crescimento”, afirmou o coordenador da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, André Macedo, destacando que maio de 2017 teve o perfil mais disseminado de crescimento da indústria brasileira desde julho de 2014.

Ele disse, porém, que é preciso ter cautela com o resultado, destacando que a indústria brasileira ainda está no patamar de fevereiro de 2009 e que o crescimento acumulado no ano se dá sobre uma queda de 9,3% no mesmo período do ano anterior.

“É claro que, com dois meses seguidos de crescimento e com espalhamento pelas atividades, dá um alívio, mas está longe de garantir que seja uma trajetória de crescimento sustentável para o setor industrial”, comentou.

Entre as categorias, a maior alta na comparação com o mês anterior se deu nos bens de consumo duráveis (6,7%), com forte impacto da produção de automóveis, que já vem registrando resultados positivos desde o primeiro trimestre, motivado pelas exportações.

A menor, nos bens intermediários (0,3%). A categoria de bens de capital, que é um indicador do investimento no país, registrou alta de 3,5%, puxada pela produção de caminhões e máquinas agrícolas.

Entre os 24 ramos pesquisados pelo instituto, 17 registraram alta no mês, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias, com alta de 9%.

Também tiveram contribuição positiva os segmentos de produtos alimentícios (2,7%) e perfumaria, sabões, produtos de limpeza e higiene pessoal (4%), sempre na comparação com o mês anterior.

Já do lado negativo, contribuíram os segmentos de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (-2,2%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-7,6%). Os dois segmentos havia crescido em abril.

Na comparação anual, houve crescimento em 18 dos 26 ramos pesquisados, com alta na produção de 59% dos 805 produtos, o maior número desde abril de 2013.

As maiores contribuições, nesta base de comparação, foram novamente veículos automotores, com alta de 27,9%, máquinas e equipamentos (8,9%), indústrias extrativas (2,8%) e produção de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (25,9%, puxado por televisores e celulares).

Macedo frisou, porém, que o comportamento da produção industrial ainda é “errática” e se dá sobre uma base deprimida no ano passado.

“Permanece um ambiente de incerteza no campo político que traz também incertezas no ambiente econômica principalmente quando se fala em decisões de investimento e no consumo das famílias”, afirmou.

No acumulado de 12 meses, produção industrial brasileira ainda registra queda, de 2,4%. O valor, porém, é menor do que o verificado em meses anteriores. Em maio, pela primeira vez desde 2014, a produção de bens de capital e de bens de consumo duráveis atingiram taxas positivas em 12 meses. (Folhapress)

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