31 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 20/07/2016 às 21:34

“Malandros e manés”

Dia após dia ao acompanharmos os noticiários no Rádio, na TV, nos Sites e Jornais, nos deparamos com um escândalos e mais escândalos de corrupção. Acusações de fraudes, desvio de recursos públicos, roubos e outras situações que as vezes nem mais nos assustam. Mas, e quando o contrário ocorre. Quando uma situação em que a Honestidade é destaque, nos causa espanto e isto não deveria ser assim.

Na última semana, algo honesto chamou a atenção. O auxiliar administrativo da OAB-GO, Carlos Henrique Meireles, encontrou carteira da vendedora de cosméticos, Selma Lourenço Queiroz, com R$ 558 em um dos corredores do Tribunal de Justiça de Goiás, no Setor Oeste, em Goiânia.

A mulher já não esperava mais encontrar o pertence, quando foi surpreendida com a boa notícia. O funcionário disse que em nenhum momento pensou em ficar com o dinheiro de Selma, pois aquele bem não era dele.

Fazer a coisa certa, respeitar e não tomar para si o que é do outro, na atualidade nos causa espanto, susto, quando o “normal” é uma prática desonesta, desde os mais simples atos como: furar fila no banco ou não parar na faixa de pedestre.

No dia a dia é comum deixarmos de lado aquilo que deveria ser regra para se tornar a exceção. O exemplo apresentado acima nos distancia do que popularmente conhecemos como “Jeitinho Brasileiro”.

Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada em 2014 mostra que 82% dos brasileiros acham que a maioria das pessoas age querendo tirar vantagem, enquanto só 16% dos entrevistados acreditam que as pessoas agem de maneira correta.

A pesquisa mostra que vivemos numa sociedade de “malandros e manés”. Ora malandro, ora mané. O “jeitinho brasileiro” costuma ser usado para burlar regras, furar filas, andar pelo acostamento e sempre se sair melhor do que a pessoa ao lado. Mesmo quando ela é da sua família, seu amigo, vizinho ou colega de trabalho. É neste contexto que o honesto nos causa espanto.