14 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 25/10/2014 às 21:54

Viradas e desviradas na eleição presidencial

A eleição para presidente do Brasil em 2014 entra para a história como uma das mais interessantes por causa das alterações que foram proporcionadas pelos candidatos. É impressionante constatar que aconteceram pelo menos 9 viradas ou desviradas. As condições que levaram a este movimento tornaram o pleito surpreendente. A última virada, registrada pelas pesquisas Datafolha e Ibope, aconteceu na última semana.

Independente do resultado eleitoral, vale a pena observar o quê aconteceu e, certamente, muitos estudiosos e analistas vão se debruçar sobre as ações dos candidatos e seus marqueteiros para proporcionar os movimentos. Não há dúvida, a tarefa das equipes de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) foram muito mais exigidas. 
Em ordem cronologicamente inversa, Aécio Neves virou sobre Dilma na primeira rodada do segundo turno e causou uma euforia aos tucanos em todo o país. Antes, o peessedebista deu outra virada sobre Marina Silva (PSB) na reta final do primeiro turno e conseguiu ir para o segundo turno.

Anteriormente, Marina Silva havia dado uma virada sobre Aécio Neves e chegou a ultrapassar Dilma Rousseff em valor número. O furacão Marina assustou os opositores. Em recuperação, posteriormente, a presidente conseguiu uma recuperação depois de uma articulação da propaganda que desmontou a imagem de Marina no suficiente para não passar para o segundo turno. Os petistas também ajudaram o PSDB a ir para a disputa final.

Sem dúvida, a morte de Eduardo Campos e a ascensão de Marina Silva promoveu uma temporada de viradas nunca antes vista na história do país. Aliás, a frase já foi utilizada em outros contextos. Mas, serve para a análise.
Antes, Marina chegou a liderar a disputa, em 2013, e levou uma virada de Dilma Rousseff. Ali já estava identificado que a primeira garantia de vitória de Dilma nasceu quando o partido Rede não permitiu a candidatura de Marina. Ela foi acolhida pelo PSB de Eduardo Campos, mas a vice não proporcionava força e espaço político.
Por fim, vale a pena comparar com as outras eleições. Em 2010, Dilma liderou a disputa do começo ao fim. Em 2006, o ex-presidente Luís Inácio ‘Lula’ da Silva também liderou em todo o período da eleição. Em 2002, da mesma forma. Em 1998, a vitória de Fernando Henrique Cardoso não foi ameaçada.

Um novo eleitor nasce desta eleição ou um novo político nasce dela? Difícil dizer ou fazer uma análise em tempo histórico tão curto. Mas, de antemão, já é fato: as viradas e desviradas de 2014 não têm precedente e isso merece ser estudado.

 

 

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .