Parlamentares ainda não chegaram a um acordo e até então está mantido um boicote de matérias enviadas pelo executivo. No fim da última semana, vereadores de oposição conseguiram articular e aprovaram na Comissão de Constituição de Justiça requerimento apresentado pela vereadora Cristina Lopes (PSDB) que impede a votação de projetos enviados ao legislativo pela Prefeitura de Goiânia, enquanto não forem regularizadas as dívidas junto a creches conveniadas, como destaca o presidente da comissão Elias Vaz (PSB).
“A gente espera que haja alguma manifestação da Prefeitura de Goiânia para que possa restabelecer o diálogo com as conveniadas e efetivamente fazer o pagamento de uma parcela que é o reivindicado. Se houver este acordo, voltaremos ao funcionamento normal da CCJ. Agora podemos chamar o Ministério Público e fazer um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) pode ser uma forma, pois o prefeito pode ser executado se não cumprir”, explica.
O líder do prefeito na Casa, Carlos Soares (PT), explicou que já procurou os vereadores para uma conversa. Ele ressaltou que seria importante os vereadores votarem projeto relativo aos depósitos judiciais, em que já está no caixa da prefeitura R$ 60 milhões para quitar precatórios e outros débitos. Para que isto ocorra é necessária uma autorização dos vereadores.
“Não consegui contato com boa parte dos vereadores por conta do feriado prolongado, a gente espera que possamos nesta semana aprofundar o debate para que pelo menos seja aprovado o projeto dos depósitos judiciais”, argumenta.
O presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Anselmo Pereira, destaca que pretende convidar o secretário de Finanças, Jeovalter Correia, para que nesta quarta compareça ao legislativo e apresente um cronograma de pagamento.
“Vou lhe fazer um convite amistoso. Vou recebê-lo com café, chá, pão de queijo, bolo de arroz, porque este não humilde presidente não vai ao gabinete dele, enquanto ele não vier aqui. Não quero prestação de contas, mas um calendário de quando ele vai pagar as creches filantrópicas, conveniadas, que são entidades sérias, comprometidas com a sociedade. A Câmara vai fazer sua parte”, destaca.
A secretaria municipal de Finanças informou que o valor da dívida a ser quitada junto as creches conveniadas é de R$ 973 mil e que o secretário Jeovalter Correia não pretende comparecer a Câmara nesta quarta-feira.