O empresário e presidente do PSB/GO, Vanderlan Cardoso, afirma que o secretário Vilmar Rocha, que preside o PSD/GO, equivoca-se ao descartar a candidatura do ex-prefeito de Senador Canedo a prefeito de Goiânia. “Isso não aconteceu”, disse Vanderlan ao Diário de Goiás sobre a interpretação de que a filiação de Lúcia Vânia ao PSB colocaria o partido na base do governador Marconi Perillo (PSDB). Ele reforça que mantém um pré-candidatura independente a prefeito de Goiânia, em relação ao grupo marconista e ao PMDB, de Iris Rezende.
ENTREVISTA/ Vanderlan Cardoso, presidente do PSB/GO.
Altair Tavares: Em uma nota publicada no jornal O Popular, o presidente do PSD, secretário Vilmar Rocha, afirmou que está descartada a candidatura de Vanderlan Cardoso [2016] pela base marconista, com apoio dos partidos da base marconista. Como você interpreta essa afirmação do secretário Vilmar Rocha de que a sua candidatura a prefeito de Goiânia estaria descartado com o apoio da base?
Vanderlan Cardoso: A forma que eu interpretei é um pouco afoita, como a que ele colocou. Um político de experiência não procurou estar conversando conosco para ver se havia ou se há esse interesse de ser candidato pela base. Eu tenho colocado em minhas entrevistas, até mesmo com você, que a nossa pré-candidatura em Goiânia é pelo PSB e uma candidatura independente. O PSB é um partido que, até o momento, é independente. Por isso que está discutindo com todos os partidos, tanto de oposição ao governo quanto partidos da base do próprio governador, nós temos discutido, conversado, dialogado com todos, por ter essa certa independência.
Altair Tavares: Haveria uma espécie de ameaça à candidatura de aliados de Vilmar Rocha nessa propositura?
Vanderlan Cardoso: Na verdade, eu não entendi. Vilmar é uma pessoa respeitada, um amigo nosso, tenho muito respeito por ele, mas acho que ele interpretou de uma forma totalmente errada, talvez, o que foi publicado no jornal O Popular no dia anterior, no domingo.
Altair Tavares: Quando o senhor dizia que a filiação de Lúcia Vânia fazia uma aproximação com a base marconista.
Vanderlan Cardoso: É outra interpretação que foi errada também. Porque ser perguntado sobre a vinda de Lúcia Vânia ao PSB, se era automático essa união com a base, eu disse ao jornalista que a senadora Lúcia Vânia tem o mandato dela como senadora e que ela defende o Estado de Goiás, tem ajudado o atual governo na administração. Agora, como senadora. No PSB, ela vai trabalhar para o crescimento do PSB. O PSB não vai ser apêndice do governo do Estado nem de partido da oposição. O PSB tem um rumo, tem o caminho dele. Ela veio para o partido com esse intuito de unir forças dos que já estão no partido, conosco, para fazer o partido crescer.
Altair Tavares: Ou seja, não foi aquilo que o senhor quis dizer.
Vanderlan Cardoso: De forma alguma. Ser questionado sobre a questão da Lúcia Vânia, se era automático esse alinhamento com a base aliada, eu disse que não. Uma questão é ela como senadora, como mandato, tem a filha dela que é secretária de Fazenda, ela tem a participação dela como senadora no governo. Outra coisa é o partido PSB. Eu, particularmente, eu tenho minha independência. Eu coloquei a minha pré-candidatura e estou conversando com todos os partidos, dialogando com aqueles que têm interesse em conversar conosco. Isso faz parte tanto da oposição quanto da oposição como na base do governo do Estado.
Altair Tavares: Os que dizem, então, que há um possível alinhamento com essa base estariam equivocados?
Vanderlan Cardoso: Totalmente equivocados. Alguns falam que é um alinhamento automático. Isso não aconteceu. Eu tive uma conversa com o governador no início do ano. Não tive mais nenhuma conversa com ele. Eu tenho conversado com partidos que compõem a base aliada, sobre a questão Goiânia e em alguns municípios, pelo interior do Estado. Com a vinda da Lúcia, assumindo o PSB estadual, eu venho para o Diretório Metropolitano, para dar mais atenção nessa pré-candidatura em Goiânia. Mas está definido, o PSB vai ter candidato em Goiânia e em alguns municípios do nosso Estado.
Altair Tavares: Essa responsabilidade de Lúcia Vânia na direção estadual passará a ser assumida quando?
Vanderlan Cardoso: Vamos ter um evento dia 11 de setembro, já chamando as pessoas do partido do Estado, que eu quero fazer a apresentação dela como a nova presidente. Já estamos formando a Comissão, tanto estadual quanto metropolitana. Nesse momento mesmo, estamos aqui já discutindo nomes para metropolitana e estadual. Então, ela vai assumir, dia 11 faremos a apresentação dela como a próxima presidente estadual do PSB.
Altair Tavares: Acontece um evento nacional, sobre mulheres na política.
Vanderlan Cardoso: Será quinta-feira, dia 10, no Centro Cultural Oscar Niemeyer, comandado pela senadora Lúcia Vânia e mais mulheres políticas do nosso Estado, como a deputada Flávia Morais, Isaura Lemos, Tatiana Lemos e outras líderes no Estado. Pelo que eu estou sabendo, as mulheres que estão na política vão participar desse evento.
Altair Tavares: Vilma Rocha deu uma declaração fruto de uma má interpretação. Como corrigir isso?
Vanderlan Cardoso: São coisas que, às vezes, acontecem. Isso vai acontecer outras vezes. Eu acho que ele fez uma interpretação errada, ele tem toda a liberdade, como presidente de partido, eu ainda sou presidente do PSB, de ligar e conversar. Eu não tenho interesse nenhum, também não é nosso perfil, de chegar e querer, ainda mais em outros projetos, de chegar e impor alguma coisa. A conversa que eu tive com o governador foi sobre vários cenários para 2016. Não teve nada de dizer, de acertar que o pré-candidato Vanderlan quer ser candidato pela base do governador, até mesmo porque eu acho isso humanamente impossível. São vários pré-candidatos que têm ali, são bons nomes como o próprio Vilmar falou, o nome dele é um bom nome para disputar a Prefeitura de Goiânia. Tem outros nomes no PSD, no PP, no PSDB. Então, tem muitos nomes lá, e o PSB, nós temos o nosso rumo. Agora, tudo bem, isso não impede que, pode ser que alguns partidos que compõem a base do governo venham nos apoiar, venham estar conosco nesse projeto em 2016.
Altair Tavares: É o caso do PSC? O deputado Simeyzon já declarou que com a sua candidatura confirmada, o PSC estaria nessa aliança, independente de estar na base do governo?
Vanderlan Cardoso: A eleição municipal é diferente, cada município tem sua particularidade. O deputado Simeyzon está conosco, ele e o grupo dele, está conosco nesse projeto. Então, eu creio que ele permanecendo no PSC, o PSC, pelo menos na capital, deve caminhar conosco.
Altair Tavares: Quem mais já está articulado?
Vanderlan Cardoso: O que eu posso dizer é o PSB, o qual eu faço parte, o PPS, que está junto conosco nesse projeto, e o PSC, com o deputado Simeyzon Silveira.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .