28 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 07/06/2017 às 04:42

TSE decide o Brasil possível, porque o impossível já foi feito

Michel Temer é um presidente da República sem um mandato inteiro, agarrado ao mandato partido de uma presidente, Dilma Rousseff, que se perdeu pelo caminho. Os dois estão em julgamento no Tribunal Superior Eleitoral, e podem ficar sem nada. Caso fiquem com algo, o que eles terão de fato?

Dilma, que já perdeu quase tudo, poderá perder inclusive os direitos políticos (ter os direitos suspensos), que em condições normais de sobrevivência pública significam direito a um futuro político. Temer continuará presidente, mas terá nas mãos uma Presidência que deixará de queimar suas mãos para escorrer como água por entre seus dedos.

O dilema em votação no TSE, o ser ou não ser de um e/ou dois mandatos, nada mais é que a insustentável leveza do acabou de ser para ambos e/ou o país. É o teatro da representação do impasse nacional, com atores vestidos para tragédia, porém encenando o que mais parece uma comédia nordestina.

A votação é o Brasil esculpido em carrara. Não importam as alegações da defesa. Não importam as alegações da acusação. Não importa a vontade do povo. A lei a ordem não se entendem mais. As instituições e as ruas estão sem saída. Sem saída, não há rumo. É foice e facão, é o fim da picada.

O que está sendo decidido não é o futuro de uma Nação, da nossa Nação. Está em curso a eleição do passado. Do que se queria passado a limpo e esquecido, mas que seguirá a passos largos. Independente do resultado no TSE para a chapa Dilma-Temer, não há vitória à vista, apenas derrota a prazo. A longo, longo, longo prazo.

Será o possível, fruto da nossa imaginação. O impossível nós transformamos em realidade.

Vassil Oliveira

Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).