A secretária de Saúde de Goiânia, Fátima Mrué tem sido alvo constante de críticas de vereadores da oposição, da própria base do prefeito Iris Rezende na Câmara Municipal, de segmentos da área médica. Em entrevista concedida à imprensa nesta segunda-feira (16), Fátima Mrué apresentou o ponto de vista dela em relação a algumas polêmica que hoje a área de Saúde está envolvida.
A entrevista de Fátima Mrué foi concedida aos jornalistas Gerliézer Paulo (Rádio 730), Meirene Souza (Rádio Difusora) e Samuel Straioto do Diário de Goiás. Confira abaixo as declarações de Fátima Mrué:
Meirene Souza: Como a senhora analisa as críticas direcionadas a sua gestão?
Fátima Mrué: Tenho causado desconforto em vários segmentos, e não apenas no legislativo. E outros também, nós trouxemos aqui uma coisa que é muito comum em todos os lugares do mundo, que é a escala de plantões da assistência à saúde, a escala disponível na internet para que todos vejam quem está escalado. É uma coisa que é uma rotina, não é nada novo, mas para nós tornou-se novo porque a gente não tinha sequer a escala. Só vinha em alguns dias e não era disponível na internet também. Outra maneira que eu considero interessante na gestão que nós instituímos é a aproximação com o Ministério Público, com o Conselho de Saúde e com a Câmara de Vereadores. Por iniciativa nossa, propusemos uma agenda ordinária a cada 15 dias junto à Comissão de Saúde, instituída por eles, para que a gente pudesse, então, transmitir a eles todas as mudanças, todas as propostas que a gente vem desenvolvendo e discutir com eles. Eles pediram para interromper essa agenda para discutir depois, não acharam necessário. Só para deixar claro, espontaneamente nós propusemos essa agenda exatamente para que tenha uma interlocução no segmento que achamos adequado que é a Comissão de Saúde instituída por eles. Nós, Secretaria de Saúde, propusemos estar junto com a Comissão de Saúde a cada 15 dias ou na periodicidade que achar necessária as duas partes, para que possamos discutir esses planos e ouvir quais as medidas que eles estão tentando trazer para a saúde para que nenhuma das partes seja pega de surpresa em um assunto que a gente possa desconhecer e que deveria ter discutido em conjunto.
Gerliézer Paulo: É comum os vereadores tratarem de assuntos particulares?
Fátima Mrué: A agenda foi proposta por nós. Um dos modelos que estamos instituindo, temos agenda ordinária com o Ministério Público também, temos uma proximidade grande com o Conselho de Saúde, até o mais próximo que estamos quase com agenda diária, e com o legislativo também. Eu acredito que essa agenda é a maneira adequada de se discutir de forma edificante as ações que todos nós queremos para a saúde e melhorar a assistência em Goiânia.
Samuel Straioto: Como avalia esse bombardeio de críticas?
Fátima Mrué: É um direito de todos, as críticas. Acredito que estamos fazendo uma gestão diferente, que estamos quebrando muitos paradigmas e fazendo mudanças, que eu considero, muito importantes que são tornar essa gestão totalmente centrada e voltada ao paciente, e não no gestor, não no prestador. Essa é uma diferença grande. Todas as gestões anteriores, nenhuma foi voltada ao paciente. Ela sempre foi centrada no gestor ou no prestador.
Samuel Straioto: Quais são as quebras de paradigmas que causaram insatisfação nos vereadores?
Eu acredito que qualquer mudança por natureza traz desconfortos em segmentos diversos que antes tinham alguma forma de atuação junto a esses órgãos. O que estamos fazendo aqui simplesmente é tornar essa gestão com critérios que antes não existiam, por exemplo, na indicação de gestores. Temos mais de 100 unidades de saúde e a gestão dessas unidades é algo muito sério, precisamos ter toda equipe daquela unidade voltada para um atendimento sincronizado, harmônico, perfeito para que o paciente seja bem atendido. Para isso, em todos os modelos do mundo, precisa-se que tenha critérios e os critérios precisam ser estabelecidos. Nós fizemos isso no início, estabelecemos critérios, alguns pré-requisitos para que fosse indicado o gestor. Isso foi uma quebra de paradigma também que para muitos não foi muito confortável, mas acredito que com o passar do tempo a tendência é que nós consigamos conversar muito bem. Afinal de contas, o objetivo dos vereadores e do poder legislativo é o bem da coletividade. Nós os elegemos para que traga também benefícios à população. Nós, da Secretaria de Saúde, junto com as linhas de gestão do prefeito Iris Rezende, queremos o bem da população. Se o objetivo é o mesmo, acredito que seja questão de evoluir um pouco mais, aprofundar a conversar e nos conhecermos um pouco melhor. Eu posso dizer que conheço muito mais eles hoje do que no início. Entendo um pouco mais o desconforto deles e tenho tentado fazer minha parte, esclarecê-los em tudo que é possível e de todas as maneiras. Eu havia dito que achei necessário pedir uma agenda periódica junto à Comissão de Saúde na Câmara exatamente para discutir com eles essas linhas de gestão, as novas propostas e ouvir deles o que pensam, quais as medidas que consideram boas para a saúde para que a gente discuta. Infelizmente essa agenda está interrompida, foi solicitado por eles que a gente reconsiderasse em outro momento, estamos aguardando isso. Essa agenda com a Comissão de Saúde é uma interlocução de extrema legitimidade. Estou novamente pedindo que façam essa agenda.