22 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 20/08/2024 às 10:25

Serra Dourada não é culpado pela estagnação do futebol goiano

Estádio Serra Dourada (Foto - Roberto Corrêa)
Estádio Serra Dourada (Foto - Roberto Corrêa)

Um tema levantado nos últimos tempos por companheiros jornalistas nos diversos programas de rádio e televisão no seguimento esportivo, além dos debates nas redes sociais, tem como foco o Serra Dourada. O estádio que não vem sendo utilizado pelos clubes virou para muitos um dos motivos da estagnação do futebol goiano.

Hoje não brigamos por títulos nacionais e normalmente temos um representante na Série A do Campeonato Brasileiro que entra com o objetivo de permanência, e dois clubes na Série B, que lutam a duras penas para se manterem entre os quatro primeiros colocados. Nossa média de público é bem pequena na comparação com os gigantes do Brasil e perdemos para clubes que estão em centros menores.

Pergunto: quando essa realidade foi diferente?

O Goiás que foi nosso representante por muitos anos, nunca esteve realmente na briga por um título no Campeonato Brasileiro. Ficou perto de uma conquista na Copa do Brasil, outra na Sul-Americana e chegou a disputar em uma temporada a Copa Libertadores. O Atlético teve como grande feito as quartas de final da Copa do Brasil e as semifinais da Sul-Americana – ambas na temporada 2022. Já o Vila Nova ainda não conseguiu brigar em alto nível nacionalmente.

É muito pouco para o desejo de um torcedor que tem a consciência do abismo na comparação com Flamengo, Botafogo, Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Grêmio, Atlético Mineiro… mas que enxerga times menores terem o protagonismo desejado por eles.

Durante muito tempo o Athletico Paranaense era a comparação. Não aparecemos hoje, nem no retrovisor do Furacão. Mas estamos acompanhando Fortaleza e Red Bull Bragantino – que saíram do discurso de vítima para briga na parte de cima com os grandes.

E o sucesso deles não é o Castelão – que nasceu junto com o Serra Dourada. Não é o Nabi Abi Chedid – que é um estádio que tem capacidade para 13 mil torcedores. Esses clubes buscaram alternativas e encontraram um caminho para incomodar.

Não é o Serra Dourada

A média de público de Atlético, Goiás e Vila Nova é inferior a 10 mil torcedores. Mudar de estádio vai aumentar a presença de torcedores? Vai aumentar a arrecadação? Isso pode acontecer em um jogo, ou outro, e não é por conta dos nossos clubes. Mas sim por conta de apelo do adversário.

Por tanto o Serra Dourada não é o problema do futebol goiano. Por outro lado o Antônio Accioly, Hailé Pinheiro e Onesio Brasileiro Alvarenga não estão perto de serem as soluções para o crescimento dos nossos clubes.

Essa pauta é para outro texto. Mas é certo que a mudança de patamar passa por ações, decisões e bom planejamento dos nossos dirigentes.