01 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 07/10/2015 às 21:04

Secretária da Fazenda admite risco de atraso no pagamento do funcionalismo

Durante prestação de contas do 2º Quadrimestre na comissão de Finanças da Assembleia Legislativa de Goiás, um dos temas questionados a secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa foi a possibilidade de atraso no pagamento do funcionalismo estadual. Ela destacou que em virtude de uma série de fatores econômicos, entre eles queda na arrecadação real e aumento das despesas, existe sim a possibilidade de atrasar o pagamento do funcionalismo.

“O que deixei claro é que trabalhamos todos os dias e essa é uma determinação do governador para garantir o pagamento em dia. A pergunta que me foi feita é se existe o risco de não conseguirmos pagar a folha em dia e esse risco claro que existe numa situação que estamos vivendo atualmente que é uma situação de receitas de aquém daquilo que precisamos no dia a dia”, afirma a secretário.

A secretária destacou que o Estado vem fazendo um esforço para melhorar a gestão da folha de pagamento. Ana Carla explicou que de janeiro a agosto a folha cresceu R$ 760 milhões. Com comissionados o gasto é de 8% da folha.

“Estamos fazendo uma gestão com uma série de ações, entre elas o ponto eletrônico, tivemos a aprovação recentemente aqui na Assembleia Legislativa da lei, o governador editou um decreto para regulamentar o ponto e garantir que de fato o servidor que está trabalhando vai receber o seu salário”, ressalta.

Prioridades

Ao Diário de Goiás, a secretária explicou que há uma lista de prioridades à medida que o dinheiro vai entrando no caixa com a arrecadação.

“De fato nós estamos convivendo com alguns atrasos e a gente vai fazendo os pagamentos à medida que vai chegando dinheiro no caixa de acordo com a arrecadação e com as prioridades que a gente já sabe hoje que é folha de pagamento que é a primeira prioridade, os serviços da dívida é a segunda prioridade, pois senão inviabiliza o Estado, já que não receberíamos os repasses da União e a partir daí os gastos com Saúde, Segurança Pública e Educação. De fato ocorrem atrasos que a gente procura administrar à medida que o recurso vai entrando no caixa”, destaca.

Metas

A secretária informou aos deputados que a meta fiscal é fechar com um déficit de R$ 440 milhões. Para isto, a secretaria da Fazenda intensifica a fiscalização, no intuito de receber tributos atrasados, incrementando receitas. Outras ações são: cortes de gasto com pessoal e em investimentos.

Investimentos

Questionada pela deputada Isaura Lemos (PC do B), o orçamento previsto para o ano de 2015 foi de cerca de R$ 20 bilhões. Devido aos cortes, apenas 2,5% foram destinados a investimentos. O Estado cortou R$ 858 milhões nesta área.

Ana Carla explicou que houve corte geral de R$ 2 bilhões do orçamento de 2015. A arrecadação consolidada no período foi de R$ 12,3 bilhões, mas na Lei de Diretrizes Orçamentárias a previsão era de R$ 14, 7 bilhões.

Sem perguntas

Assunto polêmico na Casa, o aumento do IPVA, ITCD e ICMS, nenhum deputado da oposição questionou o assunto para a secretária da Fazenda, Ana Carla.

Avaliação

Após os questionamentos, parlamentares da Situação e Oposição avaliaram a apresentação dos dados. Para o presidente da Comissão de Finanças, Francisco Júnior (PSD), a explicação foi convincente.

“As explicações foram esclarecedoras. Ela com muita competência nos explica as medidas que estão sendo tomadas. Não são os números que gostaríamos de ver. Mas foram esclarecedores. A Situação e a Oposição questionaram e a secretária sanou todas as dúvidas”, avalia Francisco Júnior (PSD).

Já o deputado José Nelto (PMDB) pensa o contrário, que as informações foram insuficientes. “O balanço é negativo, o Estado quebrado, servidor público pode esquecer de Data Base. Não há transparência. Os gastos que o governo tem, por exemplo, com comissionados, show, acabam resultando num déficit pesado”, analisa o peemedebista.