Nos últimos dias as agendas dos pretendentes a pré-candidatos a prefeito de Goiânia tiveram uma leve mudança. Coincidência ou não, isso aconteceu no segundo tempo da resposta negativa de Ana Paula, filha de Iris Rezende, ao MDB, que a queria na disputa – pelo menos convidou-a.
No primeiro tempo, foi o caos na base do governo. Não houve comemoração, embora a resposta de Ana Paula fosse uma meta a partir do momento em que ela virou alvo do chamado fogo amigo, de dentro da base governista. Depois veio a pasmaceira. Pareceu a todos que a dose de ansiedade foi excessiva, e acabou escancarada aos olhos de todos.
Neste terceiro tempo, os passos são medidos. Ana Paula está viajando. Há um “Volta, Ana Paula” com data marcada para acontecer, mas o próprio presidente estadual do partido, o vice-governador Daniel Vilela, diz que desconhece movimento pela candidatura dela. Que uma decisão agora é “precoce”, como definiu ao Diário de Goiás. Detalhe: o movimento que pede a volta dela ao jogo é puxado pelo MDB Mulher.
Bruno Peixoto agora destaca as ações de seu comando operacional, a presidência da Assembleia Legislativa. Está menos em campanha, e mais, pode-se dizer, institucional. A pauta eleitoral já não é a líder de audiência no seu Instagram. Faz parte. Natural. E Gustavo Mendanha? Este, está mais quieto. Nas redes, fez um post sobre carcinoma basocelular, um tipo de câncer, recomendando que todos se cuidem. Ele foi diagnosticado com a doença.
Cada um no seu quadrado
Com cada um no seu quadrado, a eleição em Goiânia entrou como coadjuvante na volta do governador Ronaldo Caiado da viagem ao exterior. Esperava-se o contrário, que fosse dominar todas as atenções. As crianças podem ter ficado com medo do pai, ou o pai pode ter ralhado com elas. Ou nada disso. Todos caíram na realidade de que interesses maiores estão em jogo e eles é que definirão o placar.
Ou isso: entenderam que treino é treino e jogo é jogo, e que até ano que vem mais valem flexões e reflexões do que caneladas e cabeçadas. Não importa. Caiado chegou, eleição é uma caixinha de surpresas, a gente tá preparado, e o que o técnico mandar fazer, vamos fazer, afinal nosso objetivo é contribuir com o time dar o ‘melhor de si’. Quem aqui já disputou partida na roça e saiu vivo, sabe: é bola pro mato que o jogo é de campeonato.
Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).