Em abril de 2018, ele assumirá o governo de Goiás para, a confirmar renúncia de Marconi Perillo para uma candidatura federal, suceder o atual governador e, talvez, ser o candidato da base aliada ao atual governo. Com essa perspectiva, qual seria a orientação que levou o vice governador de Goiás, advogado José Eliton Júnior, a assumir a secretaria de Segurança Pública em meio a uma crise sem precedentes na história de Goiás? Não seria melhor desvencilhar-se de setores tão complicados e operar a construção da candidatura?
As primeiras impressões sobre a indicação de Eliton para a Segurança Pública consideravam que a missão espinhosa poderia enterrar as pretensões políticas futuras dele. O crescimento da violência e a falta imediata de recursos para os investimentos no setor constroem um panorama nada fácil para o novo secretário, ou seja, o aprofundamento da crise poderá ser fator de destruição do plano político do advogado.
Em discurso, o governador Marconi Perillo informou que, ao convidar José Eliton para a secretaria de Segurança Pública, recebeu um sinal positivo com a seguinte frase: “Olha, eu sou homem de missão. O que o senhor precisar de mim, o senhor conte”. Em síntese, o vice governador deu sinal de fidelidade e compromisso politico com Perillo.
Não há dúvida de que o componente mais importante da indicação é o politico, pois é a segunda autoridade do Estado que assumiu a liderança de um setor essencial, hoje, para a avaliação do governo de Perillo. No caso, está para baixo. Ademais, Eliton sabe que esta área precisa de melhorar para contribuir com os futuros embates eleitorais.
E se José Eliton conseguir realmente liderar uma inversão dos indicadores de segurança do Estado de Goiás? E se conseguir contratar mais policiais civis e militares? E se o novo Comando da Polícia Militar, com o coronel Divino Alves, motivar a tropa? E se o coronel Ricardo Rocha fizer o que conseguiu em Caldas Novas, recentemente, e em outros lugares, com o fortalecimento da ação preventiva e redução da violência?
Há dúvidas sobre quais resultados serão conseguidos, mas há fatores que interferem de forma incisiva e que lançam dúvidas sobre os resultados que poderão ser alcançados. Se forem positivos, o fator Eliton será o primeiro a ser considerado e, claro, terá ele ganhos politicos para a consolidação da candidatura a governador.
Grandes desafios, como esse, podem levar a grandes fracassos ou dificuldades, mas podem levar a grandes vitórias. E, provavelmente, ao reconhecimento politico, por parte dos cidadãos, que José Eliton ainda não conquistou. Os dias, dirão. E, as estatísticas da segurança, também.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .