Trabalhei com Reynaldo Rocha quando a Tribuna do Planalto ainda era Jornal da Segunda.
Elegância. Paciência. Texto bem costurado. Análises ponderadas, repletas de carinhoso cuidado com as palavras, frase a frase. Marcas registradas do Reynaldo que eu conheci.
Sua morte é a morte de um tempo que sempre me traz boas lembranças. Aquele suspiro de contentamento de quem pode dizer: eu vivi isso, eu senti na pele, esse sou eu na essência.
Lembranças de um tipo de redação que só existe mesmo na saudade. Aliás, pra mim existe na saudade; para muitos, apenas na imaginação.
Um tempo em que conversar alto, todos ao mesmo tempo ter opiniões firmes e diferentes, discutir, provocar, era um ato de liberdade que envolvia e contagiava, fazendo roda, tudo com absoluto respeito e cândida devoção ao velho e bom Jornalismo.
Rey era professor de focas quando comecei a escrever sobre política. Uma referência. Um Mestre.
Mesmo quando discordávamos, ele cuidada que fosse um ato de ebulição de opiniões, uma coisa boa, estimulante apuro do exercício daquilo que ele mesmo inspirava.
Sebastião Barbosa, dono do JS/Tribuna, sempre se referia a ele com absoluta reverência. Uma admiração que me passou e que ficou. Ficará.
Esse Rey me fica na alma porque o espírito daquele tempo é a vida que pulsa.
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