Nas últimas semanas, os oposicionistas assumiram um discurso mais duro contra Marconi Perillo (PSDB) e seu governo. Posicionar-se como um anti-Marconi pode ser uma tentativa para ocupar, com mais rapidez, a mente de uma parcela do eleitorado que rejeita o atual ocupante do Palácio das Esmeraldas.
O anti-Marconi está no conteúdo do que os oposicionistas tem dito para os eleitores. O pré-candidato Antônio Gomide (PT) ocupou a agenda para circular pelo interior e criticar a falta de investimentos da CELG. “Não tem sentido nenhum criticar o PMDB por ter vendido a Cachoeira Dourada, se, nos 16 anos do PSDB, ele (Marconi Perillo) entregou o resto da CELG”, afirmou Gomide. O tom e a crítica do ex-prefeito estão muito mais ácidas do que quando ocupava a prefeitura de Anápolis. Agora, é pré-candidato, de fato.
Em Orizona, o pré-candidato do PMDB, Iris Rezende, discursou para uma plateia de ouvintes que esperava ansiosa a palavra do ícone do partido. E o ex-prefeito de Goiânia apelou para o escândalo chamado Operação Monte Carlo. De forma genérica, tem afirmado que é preciso acontecer uma mudança no Estado.
O pré-candidato Vanderlan Cardoso, presidente do PSB, também tem mantido uma reticente crítica ao atual governo de Goiás para ser percebido como o anti-Marconi. O “Diagnóstico Goiás” que ele já apresentou em algumas cidades é a síntese desta tentativa. Nas entrevistas, ele reforça a posição. Numa das últimas, afirmou que o governo de Perillo não investiria o valor correto na saúde.
Já o pré-candidato Júnior Friboi está na busca de colocar-se como anti-Marconi em diversos discursos e entrevistas que realizou. Ele tem insistido que os anos do marconismo estão chegando ao fim e insistido na necessidade de mudança.
Enquanto isso, Marconi Perillo continua a circular pelo Estado, distribuir benefícios como fez na região Nordeste, recentemente, e defender que tem “foco na administração”. Ele espera o opositor principal aparecer no cenário. E continua como único nome em condições de disputar o cargo de futuro governador com o anti-Marconi.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .