28 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 09/07/2017 às 23:40

PSDB, PMDB, DEM e PT brigam em Goiás, mas podem se agrupar para o governo

Quando alguém diz que política não tem graça, estou sempre na fila do contra. Pelo contrário: é cheia de graça.

Veja isso.

PSDB é hoje o partido que garante o presidente Michel Temer, que é do PMDB, no poder. Em Goiás, PSDB e PMDB são adversários históricos.

Agora, a notícia: o PSDB pode deixar esse apoio a Temer. Quem já deixou, faz tempo, é o senador goiano Ronaldo Caiado, do DEM.

Temer caindo com empurrão dos tucanos, quem assume? O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que é do mesmo DEM de Caiado, inimigo público número 1 do PSDB goiano e aliado de toda hora do PMDB local.

Assim sendo, Caiado poderá ser candidato a governador ano que vem com o presidente da República sendo do seu partido.

O que nos leva à pergunta: como estará então o PMDB de Daniel Vilela: apoiando Maia, que terá derrubado Temer, ou na oposição?

O que nos remete a outra questão: e o PSDB de Marconi Perillo e José Eliton, como ficará: a favor do DEM nacional e contra o DEM local, ou nenhuma das alternativas?

E tem isto: como são muitos os interesses em jogo de PSDB e DEM, em algum momento veremos Marconi, Eliton e Caiado sentando para conversar, apesar do clima neste momento entre eles estar quente?

E mais isto: ou pode acontecer o que divisou o ex-senador Demóstenes Torres outro dia, aqui no DG: um meio PMDB com Caiado, o outro meio PMDB – o de Daniel e Maguito Vilela – com Eliton/Marconi?

Quem sabe poderemos ver outra coisa ainda: PMDB e PT votando a conversar. Na prática, isso já acontece, com bons antecedentes de diáloco entre Daniel e Antônio Gomide.

Tem mais graça nessa coisa toda.

Como fica Lúcia Vânia, do PSB, que se mostra aberta ao diálogo com Caiado e o PMDB, mas deixa claro preferência por permanecer na base marconista?

O que vai fazer Vilmar Rocha, que está descontente com a base marconista e por isso admite diálogo até com Caiado, com quem rompeu há anos, embora as lideranças com mandato de seu partido se mostrem propensas a ficar com Eliton?

E qual será o caminho de Jovair Arantes, apoiador de Temer, reatado com Marconi, mas com um pé, via PTB, no base de Iris Rezende na prefeitura de Goiânia?

Goiás está cheio de graça.

Vassil Oliveira

Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).