08 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 26/08/2017 às 21:02

Principal erro de Sérgio Rassi aconteceu em 2015

Marcelo Oliveira e Levir Culpi
Marcelo Oliveira e Levir Culpi

O futebol perdeu um dos homens mais corretos que ganhou nos últimos anos.

Sorte da família Rassi que tem de volta o filho, o pai, avô e esposo que esteve de certa forma ausente durante o período em que esteve à frente do Goiás Esporte Clube.

Sérgio Rassi merecia colher no futebol os frutos de uma administração que foi vitoriosa em vários outros setores, só que isso não foi possível.

Ele conseguiu limpar o nome do Goiás que estava devendo até a padaria em 2014. Ações no marketing e no setor de comunicação colocaram o clube mais próximo do torcedor. Avanços no patrimônio e negociações importantes como Erik e Bruno Henrique foram comemoradas.

O sucesso que ele conseguiu ao trazer bons gestores para a maioria dos departamentos na Serrinha, não foi o mesmo no futebol. Nesta área ele abusou do direito de errar e foi cercado por pessoas que não ajudaram e que na maioria das vezes prejudicaram sua administração e o clube.

A torcida revoltada vendo o clube perdendo espaço nacional e acumulando vexames se manifestava contra o presidente que era xingado no estádio e através das redes sociais. Como principal nome do Goiás tudo de ruim sobrava para ele. A pressão foi imensa e ele suportou por muito tempo, algo que não precisava.

Médico famoso e pessoa com grande conceito na sociedade era tratado de forma desrespeitosa a cada insucesso em campo. É difícil compreender sentimentos como paixão e ódio quando falamos de futebol.

Rassi virou presidente por causa dessa paixão. O torcedor mostrava ódio sem conhecer o Sérgio de verdade.

Ele era mais que “simplesmente” o presidente do Goiás. Era um esmeraldino que cometeu erros, mas que também acertou muito.

Só que fazendo uma retrospectiva de Sérgio Rassi no Goiás, podemos afirmar que ele sabia onde estava se metendo. Foi avisado. Poderia ter deixado o futebol naquele momento, porém optou por ficar e se tornou durante a maior parte do tempo um refém de jogadores.

Em 2015 quando os jogadores do Goiás fizeram corpo mole em uma partida contra o Figueirense no Serra Dourada e o time depois de estar vencendo, tomou a virada e ficou virtualmente rebaixado para a Série B, onde está até hoje.

Vamos recordar o que disse o presidente: “Futebol não tem lugar para seriedade, honestidade, correção. Futebol é coisa pra malandro, pra quem vive às custas da infelicidade dos outros. Coisa séria não prevalece no futebol. Fiz tudo por esses atletas, mas o que se viu foi uma partida sem doação, sem vontade de ganhar. Sem a mínima vontade de fazer o resultado. Tem que tratar jogador como merecem ser tratados e não da maneira como eu trato. Falto de todos os aspectos: econômico, humano, amizade, solidariedade… Eles não merecem o meu respeitou”.

Comentário de dois anos atrás, mas que poderia ser direcionado para o elenco atual e para muitos que estiveram ao lado de Sérgio Rassi nos últimos.

No final a imagem do médico respeitado e que tinha um sonho de ser presidente do clube que ama foi a mais afetada.

Mais um que deixa o futebol para quem sabe… Não voltar.