Prestes a entregar o cargo o qual esteve à frente durante os últimos seis anos, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Goiás (OAB-GO), Lúcio Flávio de Paiva passará o bastão para o sucessor com a sensação de dever cumprido. Certo de que fez um bom trabalho, avalia que vai entregar a entidade em situação melhor que recebeu quando assumiu no primeiro mandato, em 2015.
Paiva atendeu o jornalista e editor do Diário de Goiás, Altair Tavares em uma entrevista por meio de video-conferência, em razão da pandemia do novo coronavírus. A conversa, será dividida em três partes e será disponibilizada na íntegra quando a série for totalmente publicada.
Na primeira matéria, o presidente faz um balanço de sua administração frente à OAB-GO. Nas outras, ele comenta o cenário político que envolve à campanha, responde críticos, dispara contra candidatos dissidentes que até ontem, caminhavam ao seu lado e comenta sobre seu futuro quando deixar o cargo.
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“Revolução positiva”, na OAB-GO
Paiva está certo de que fez um bom trabalho. Considera que recebeu a entidade “mergulhada no mais absoluto caos administrativo, financeiro e de imagem”. Quem quer que seja seu sucessor, ele entregará a OAB-GO “melhor, muito melhor do que aquela” que recebeu. “Digo isso em absolutamente todos os sentidos: financeiro, predial, estrutural, interior, capital, gestão, prerrogativas, realidade moral da instituição e sua relação com os poderes constituídos além da imagem da Ordem perante à população.”
Na sua visão, depois de dois mandatos seguidos, ele entrega uma outra OAB-GO para quem o suceder. “Olhando hoje, no final do ano de 2021, depois de seis anos de mandato, eu digo, que nós promovemos uma autêntica revolução positiva na nossa instituição”, destaca. “Saio com a sensação boa do dever cumprido e bem cumprido.”
Dignidade para a advocacia do interior
O presidente da OAB-GO rememora que antes de assumir o mandato, em janeiro de 2016, os duodécimos não eram repassados para a manutenção das subseções no interior. O resultado era uma infraestrutura ruim além da má condição de operação para o advogado do interior executar os serviços.
“As subseções passavam a mingua, cinco, seis, dez, doze meses sem receber o duodécimo da sua manutenção”, destaca Lúcio.
O cenário mudou quando Lúcio Flávio de Paiva tomou posse. “Nossa gestão desde janeiro de 2016 repassa o duodécimo religiosamente, nunca atrasamos nenhum dia. Com isso, asseguramos dignidade e independência para sobrevivência das subseções”, ressalta.
Com o pagamento dos duodécimos garantidos, Paiva passou a reformar as salas no interior à dentro. “Um segundo movimento que fizemos foi de reformar e modernizar todas as salas que a OAB tem nos Fóruns e interior do estado e quando eu digo Forum, estou falando de justiça estadual e federal”, destaca.
“Reformamos todas as salas. São 177 salas modernizadas, com computadores novos, internet de primeira linha, ar condicionado novo, mesas e cadeiras de primeira linha, exatamente igual aquelas que usamos aqui na capital”, afirma.
Por fim, a extensão da Escola Superior de Advocacia da OAB-GO para o interior, foi um marco que, para Lúcio merece ser ressaltado. “Para você ter uma ideia, a nossa Escola Superior de Advocacia, teve um aumento no oferecimento de cursos na ordem de mais de 700% durante o nosso mandato e a interiorização da Casag que passou a levar ao interior de todo o estado os serviços que anteriormente estavam tão somente restritos à capital”, comemora.
‘Resgatamos o déficit da advocacia dativa’, comemora Lúcio
Para além de melhorar a infraestrutura e dar condição intelectual para o advogado do interior, Lúcio comemora ter regularizado as dívidas que a entidade e o estado tinham com a advocacia dativa, que se faz presente predominantemente nas Comarcas do interior.
“Alguns de nossos feitos da nossa gestão foi a retomada dos pagamentos dos advogados dativos, os quais estão predominantemente no interior. Resgatamos esse déficit que o estado e a própria OAB-GO tinha com relação a advocacia dativa que atende a população carente predominantemente nas Comarcas do interior”, pondera.
Antes, o que se via era muitos custos para pouca entrega. Lúcio garante: conseguiu dar qualidade e aumentar os serviços prestados com a mesma anuidade.
“Na realidade, a advocacia do interior pagava antes do nosso mandato, pagava a mesma anuidade mas não tinha a mesma qualidade e quantidade de serviços prestados. Hoje, a OAB-GO se esforçou tremendamente na sua trajetória de interiorização, de modo que hoje, a advocacia do interior se sente bastante reconhecida”, pondera.