27 de novembro de 2024
Publicado em • atualizado em 29/05/2018 às 19:49

Prejuízos na produção levaram a FAEG a retirar apoio a protesto de caminhoneiros

Edson Novaes, presidente do IFAG, calcula prejuízo de quase R$1 bilhão (Foto Larissa Melo)
Edson Novaes, presidente do IFAG, calcula prejuízo de quase R$1 bilhão (Foto Larissa Melo)

Presidida pelo pré-candidato a deputado federal pelo DEM, José Mário Shreiner, a Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), pede “ações urgentes e coordenadas” para por fim ao protesto que impede o pleno funcionamento da distribuição de produtos em Goiás. A entidade confirmou que apoiou o início da manifestação dos caminhoneiros, mas agora calcula prejuízo do agronegócio que está entre R$800 milhões a R$1 bilhão em apenas nove dias de protesto.

“Quando começou o movimento, o posicionamento da federação foi de apoio ao movimento pela questão da Justiça e que ele estava protestando contra a carga tributária”, disse Edson Novaes, diretor do IFAG (Instituto de Fortalecimento da Agricultura de Goiás) da FAEG.

Segundo ele, o prolongamento do movimento causou prejuízos aos produtores. “Hoje, a gente continua achando o movimento legítimo e justo, mas pelos prejuízos o ideal seria que os governos tomassem medidas mais efetivas para encerrar o movimento”, disse ele.

O diretor diz que o setor leiteiro é um dos mais afetados. “Os prejuízos no leite de nove dias já chegaram a R$100 milhões”, contabilizou ele. No hortifrutigranjeiro, são comercializadas 5 mil toneladas por dia na CEASA. “Caiu para 3,5 mil toneladas. Este setor já perdeu R$40 milhões”. 18 plantas frigoríficas de carnes estão paralisadas e 35 mil animais deixaram de ser abatidos. Representa o equivalente a R$65 milhões de reais de prejuízo.

Em nenhum momento foi aventado pelo governo de Goiás para que seja feita a redução do ICMS do Diesel que hoje está em 16%. Os produtores cobram redução para 12%.

A FAEG está pedindo apoio dos produtores no interior para retirar os tratores e caminhões dos protestos e para minimizar os prejuízos.


NOTA DA FAEG enviada ao Diário de Goiás:

A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) sempre apoiou movimentos e realizou ações objetivando reduzir os altos custos e a carga tributária que assola não somente o setor produtivo rural, mas toda sociedade brasileira. E assim foi com o movimento dos caminhoneiros, que contou com o apoio da Faeg, por entender como legitimo e justo.

A Federação acredita que a continuidade do movimento é danosa e prejudicial a todos os goianos e brasileiros. Em curto prazo, a paralisação traz prejuízos imensuráveis a todos os produtores rurais do estado de Goiás e do País, pelos milhões de litros de leite jogados fora, milhares de cabeças de bovinos que estão deixando de ser abatidos diariamente por conta do fechamento de dezenas de plantas frigoríficas, milhares de aves que morreram e de aves e suínos que não foram abatidos, milhares de produtos hortifrutigranjeiros que não chegam à mesa do brasileiro. Prejuízo este, pago pelo produtor rural e consequentemente por toda a sociedade.

No entanto, a situação chegou a um ponto crítico, que se agrava a cada dia mais. Que a continuar, a médio e longo prazo, ocorrerá uma situação de desestruturação de todos os setores produtivos e de toda a economia brasileira.

Portanto, a Faeg acredita na necessidade de ações urgentes e coordenadas por parte de todos. Do Executivo Federal, que possa fazer o seu papel não somente reduzindo os impostos federais, mas também enxugando a máquina pública. Do Executivo Estadual, para que possa reduzir o ICMS sobre os combustíveis, uma das mais altas do País, e também dos nossos deputados e senadores para que possam agir com ações que realmente surtam efeito e possam resolver o problema e fazer o país voltar à normalidade.

A Faeg solicita os esforços de todos, para juntos encontrar uma solução definitiva para essa situação que vem prejudicando todos os brasileiros. 

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Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .