Em entrevista ao Clube de Repórteres Políticos, o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), deu pistas que vetará a emenda do projeto relativa à retroatividade da Data Base. Ele destacou que devido às condições financeiras da administração é praticamente impossível pagar as diferenças salariais dos servidores a partir de maio.
-“É quase impossível conceder a retroatividade, mas vai sobrar pra mim como o ruim da história”, destacou o prefeito.
Os vereadores aprovaram a matéria, obrigando a prefeitura pagar a Data Base desde maio do ano passado. O paço defende que seja feito a partir deste mês de janeiro. Paulo Garcia avalia que montaram uma “armadilha” para ele. O prefeito sinalizou que vetará o projeto da forma que foi aprovado.
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– “Me apresentaram uma armadilha. O ruim da história é quem vetou. Eu não veto por achar injusto, eu não veto porque posso fazer e não faço. Todos sabem que os recursos não são suficientes para isto”, argumenta.
Paulo Garcia justificou que ele teria sido um dos prefeitos que ultimamente mais tenha concedido benefícios aos servidores.
Houve reclamação do prefeito quanto à não atualização da planta de valores para 2015. Ele alegou que a Câmara Municipal, ao não conceder um reajuste de 25% do IPTU, privou a prefeitura da obtenção de recursos mensais na ordem de R$ 6 milhões aproximadamente.
O prefeito alegou que se não fosse de grupo político de outros segmentos, as emendas não teriam sido propostas.
– “Nós não somos do mesmo grupamento político, são emendas que são armadilhas para mim, para me colocar em situação difícil com os servidores”, analisa.
Uma argumentação colocada foi que por conta de compromissos firmados anteriormente, por exemplo, o cumprimento de planos de carreira da Guarda Municipal, dos agentes de trânsito, além do auxílio locomoção dos servidores da educação e o próprio piso dos professores. Todos estes fatores geraram um impacto de R$ 11 milhões na folha de janeiro.
– “O que eu posso fazer é dialogar até o fim com as organizações sindicais para ver o que pode ser atendido”, analisou Paulo Garcia.
O chefe do poder Executivo entende que a retroatividade resultaria num pagamento de R$ 44 milhões. “Já adianto que a retroatividade no contexto atual é quase que impossível de ser absorvida pela administração”, reitera o prefeito.
Paulo Garcia ainda disse que a manifestação definitiva sobre o possível veto se dará somente na próxima segunda-feira (2) data final para vetar ou sancionar o projeto. Ele afirmou que sobre uma a probabilidade de derrubada do veto não se manifestaria antes que a Câmara realize as votações.