07 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 21/04/2017 às 19:22

Pré-candidatos a governador submergem, menos Caiado, de chapéu na mão

A estratégia eleitoral predominante dos pré-candatos a governador de Goiás agora é submergir.

Nada de colocar a cabeça pra fora, porque a foice da Odebrecht e do juiz Sérgio Moro está passando rente à superfície sem dó nem piedade.

A única exceção é o senador Ronaldo Caiado (DEM), nome para o governo e para a Presidência da República. Caiado está embalado.

Fora ele, os demais estão cada um no seu quadrado esperando baixar a poeira da nova rodada de delações da Lava Jato.

Daniel Vilela (PMDB), presente na Lista do Fachin, arrefeceu ânimos e evita a exposição das movimentações no interior.

A base delas era o discurso contra o governador Marconi Perillo (PSDB). “Ele envergonha Goias”, chegou a dizer o peemedebista em um dos eventos.

Agora, ambos estão na mesma situação de desgaste nacional. Quem vai atirar a primeira pedra?

Claro, aliados de lado a lado seguem atirando, porém  o fogo cruzado funciona mais como artilharia de foguete.

Para que a plebe desvie os olhos, mire o céu e não veja o que acontece na terra.

Maguito Vilela, também listado, diminuiu as aparições para dizer que não é candidato a nada embora se comporte como candidato a tudo.

Está na dele. Na moita.

Uma única diferença: na defensiva, curiosamente procura se justificar mais que os outros.

José Eliton não aparece em lista e não tem que se defender de nada além do que comumente se defende: ser governista.

Mas isso – ser governista – é por outro lado o que o fortalece. Então, está de boa.

Sendo assim, bem que poderia navegar na onda do momento oportuno para se destacar dos demais.

Mas não. Está desacelerado, claramente menos ativo que semanas atrás.

Faz sentido isso se considerarmos que ele e Marconi são indissociáveis. E o momento é do governador sair das cordas da Lava Jato.

O que ele tem feito, repetindo estratégia antiga de, como bom jogador, aumentar a aposta e partir para cima dos críticos e adversários.

Só reparar no discurso dele destes últimos dias.

“Quem me conhece sabe que eu não temo desafio algum”, disse.

“Estarei à disposição, assim que eu tiver todos os elementos, pra chamar a imprensa em entrevista coletiva e dar todos os esclarecimentos em relação a estes assuntos. Eu sofri um ano e meio de cabeça erguida e não vai ser agora que vou me abater”, disse mais.

Caiado não só não baixou a guarda, como está de cabeça erguida em cima do cavalo arriado de 2018.

Chapéu na mão solta, ele mantém-se firme no arreio do discurso contra o governador, da moralização e ética pública, e da mudança.

E saca suas armas.

Dia 20 ele recebeu, na sede da Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil Ministério de Madureira, o apoio do bispo Manoel Ferreira à sua pré-candidatura ao governo.

O bispo é presidente da Assembleia, e nome emblemático nas altas negociações de bastidores, em tempos de eleições.

Conversa com todos. Todos dão notícias. Sua bênção tem força entre fiéis. Valor enorme.

Caiado foi citado de raspão na onda Odebrecht. Recebeu doação, que consta como legal. Faz a sua hora acontecer.

Mas a corrida até outubro do ano que vem é longa. O que vai definir tudo não é a força da espora, mas o fôlego, a destreza até a linha de chegada das urnas.

Subir ou cair do cavalo é um pulo.