A ansiedade eleitoral é uma realidade, o que não quer dizer que seja algo positivo. E não é para ninguém. Os prefeitos que se assanham em viver em campanha aberta em vez de foco na gestão, nem melhoram sua imagem, nem contribuem com a vida dos cidadãos. Simples: a atenção ou fica dividida, ou toda direcionada ao resultado eleitoral.
Não contribuem em nada também os possíveis candidatos com suas pré-campanhas. No intuito de fustigar o prefeito que vai buscar a reeleição, atacam com toda força ou deixam seus auxiliares fazerem o trabalho sujo. Impedir que a gestão em andamento tenha sucesso é fundamental para quem quer ser o sucessor. E aí não importa o interesse público. Vale o próprio interesse.
Ninguém é inocente nessa história. Nem o eleitor, que tem conhecimento do jogo, na maior parte das vezes, e mesmo assim dá corda. Na hora de votar, dificilmente levará em conta este ou aquele candidato que teve mais respeito ao outro, ao público – em vez do privado -, ou que não tenha se esforçado para piorar o que já estava ruim para que então pudesse se apresentar como o salvador da pátria.
Consciência política, conhecimento eleitoral, ou vice-versa, é algo que não se colhe nas urnas. Normalmente vale mais a briga, o combate, a guerra, quem leva a melhor. Veja que ninguém está preocupado em apresentar soluções para problemas em Goiânia, Aparecida, Senador Canedo, Trindade… e assim por diante. Prevalece a rinha. E a plateia gosta.
Vassil Oliveira
Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).