22 de novembro de 2024
Publicado em • atualizado em 03/06/2012 às 14:05

Políticos não gostam de bicicleta

Este artigo foi publicado em março de 2008, no jornal Tribuna do Planalto. Recomendo a leitura, pois, penso que é hora de provocarmor novamente a discussão sobre a prioridade para a bicicleta.

Sobre o título, peço a você, leitor, que mantenha-o sob a reserva de que é um texto anterior à eleição passada. Vejo com bons olhos a ideia da Frente Parlamentar da Bicicleta, movimentada pela deputada Marina Santanna.

“Este texto começa com uma conclusão: os políticos não gostam de bicicleta e poderia ser o contrário. Um breve olhar para a cidade de Goiânia é suficiente para identificar o quanto a bicicleta é um meio de transporte marginalizado e desprezado pelas autoridades municipais e estaduais. É fácil perceber que a bicicleta não tem espaço nas avenidas, nem ruas, nem parques, nem na porta das empresas e nem na porta dos palácios. Ainda dá tempo de compensar esta falta de atenção a um meio de transporte saudável e ecologicamente muito correto.

A bicicleta pode ser pensada sobre o prisma da necessidade daqueles que usam-na para trabalhar. Ou dos que usam para esporte e diversão. Ou do ponto de vista de crianças que divertem-se bastante ao gastam muita energia e ter uma sensação de liberdade. É fácil perceber que são milhares os usuários de bicicletas para as diversas finalidades. E é fácil perceber que, no trânsito, faltam atenção e respeito aos ciclistas. Um alerta aos políticos em tempo de campanha eleitoral: mergulhar no mundo da bicicleta é identificar os anseios de trabalhadores, crianças, pais, atletas, empresas, profissionais de saúde, comércio de alimentos, vestuário e outros eleitores.

Percebe-se que a bicicleta, até agora, é uma marginalizada na cidade, mas há um forte movimento que pulsa pela valorização deste meio de transporte e lazer. Faltam “bicicletários” por toda cidade, não há como estacionar em locais destinados a elas. Nos parques da cidade, a exceção do Parque Flamboyant, nem pista para as bicicletas são encontradas. Ciclistas e pedestres disputam o mesmo espaço. Absurdamente, muitos deixam a bicicleta em casa, pegam o carro, estacionam em volta dos parques para ir caminhar.

Um ponto crítico é a necessidade de orientar e educar motoristas de veículos para que respeitem o ciclista no espaço urbano. A bicicleta é, como o pedestre, o elemento mais frágil. Assim, exigem-se processos de educação e comunicação para melhorar este relacionamento. A infraestrutura da cidade precisa dar respostas para a instalação de ciclovias nas ligações entre bairros e em rotas alternativas para desviá-las das vias de grande tráfego.

O momento político eleitoral é propício para que novas idéias sejam discutidas sobre o futuro da cidade e as necessidades dos seus cidadãos. A conclusão, dita no início, de que os políticos não gostam de bicicleta foi justificada com todos os argumentos anteriores. Para mudar esta realidade, é preciso que os ciclistas fortaleçam as reivindicações e cobranças e que alguns candidatos possam assumir esta bandeira: amigo da bicicleta”.

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Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .