Um ouvinte do Jornal da Manhã, da Rádio Bons Ventos, enviou uma mensagem lida por Alípio Nogueira, Emerson Vargas e Álvaro da Universo com foco no comportamento dos políticos. Ele reclamava de candidatos que aparecem em tempos de campanha eleitoral e, depois, somem. Simples, assim. Esse tipo de político está condenado à morte no inferno da representação eleitoral. O eleitor, agora, é protagonista.
No mínimo, um candidato, eleito ou não, deve manter conexões com seus eleitores-cidadãos representados. O abandono não é provocado somente por aqueles que conseguem a eleição, derrotados, também. Dos candidatos a governador de Goiás de 2014, quais mantiveram contato com os eleitores nos últimos 4 anos?
A participação dos eleitores no processo eleitoral mudou e muitos políticos ainda não perceberam e nem se atentaram para o que estão fazendo. Fazer campanha é exercício de diálogo democrático. Assim, fazer a conexão exige novas atitudes por parte daqueles que pretendem conquistar os votos nas urnas. De certa forma, está valorizada a política na sua forma original quando se fala de esfera de conversa direta.
Agora, os candidatos precisam aprender a falar menos e ouvir mais. No entanto, continua a manifestação contrária. Eles, os candidatos, pensam – e enganam-se – que chegam ao local de um evento, falam ao microfone e, assim, já convencem aos eleitores. Falam muito e ouvem muito menos.
A campanha política tradicional põe o candidato no palanque para discursar enquanto o eleitor observa e pensa: “Ele não diz nada que a gente quer saber, aquí”. Não há situação pior para um candidato que pretenda representar um grupo ou comunidade.
Esquecem estes candidatos que o eleitor mudou. Ele cobra, com razão, uma conexão que leve a respostas a questões básicas: Como é que você vai melhorar a qualidade de vida para mim, para a minha cidade e para o meu país?
A minha comunidade tem necessidades, quais você vai priorizar para atender aos nossos interesses? Ou, você vai atender aos interesses de políticos, apenas?
Encerrado o encontro (Ou comício; Ou reunião) lá vai o político-candidato, todo suado, para o hotel tomar banho depois de vários aplausos que recebeu. Essa política de mão-única não serve para qualquer campanha que pretenda ser vitoriosa. Nem para o Executivo, nem para o Legislativo. O eleitor vai pra casa e pensa sozinho: “Esse, é mentiroso. Não entende nada do que a gente tá precisando, aquí”. Há falta de confiança motivada por um tipo de política que não serve mais.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .