Uma das principais honrarias do Poder Legislativo na capital é a entrega de Título de Cidadão Goianiense. O critério para conceder a homenagem é a relevância dos serviços prestados a cidade de Goiânia. Parlamentares divergem sobre a concessão. Alguns entendem que houve banalização do título.
Pelo regimento interno da Câmara Municipal de Goiânia, cada vereador pode fazer até duas solicitações de títulos de cidadania por ano. A entrega da honraria é votada em plenário. Alguns vereadores criticam a postura tomadas por colegas, já que algumas pessoas que recebem o título não tem nenhuma vinculação com a cidade e nem sequer prestaram serviços a comunidade.
De acordo com o vereador Djalma Araújo (Rede), não há mais respeito para a entrega de títulos de cidadania. Segundo ele nos bastidores há intenção de alguns vereadores de conceder título de cidadão para o cantor Wesley Safadão.
“Há um exagero muito grande quanto a títulos de cidadania. É uma forma disfarçada para ganhar simpatia. Freiamos aqui pouco tempo título para o deputado Marcos Feliciano, lá atrás para o dono da Avestruz Master. Estou aqui há muitos anos, dei apenas poucos títulos. Há ideias aqui de homenagear o cantor Wesley Safadão. Isso é ridículo, desmoraliza o Poder Legislativo”, destacou Djalma Araújo.
Vários vereadores foram procurados pela reportagem, mas ninguém disse quem seria o autor da ideia.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal de Goiânia, Elias Vaz (PSB), entende que os colegas deveriam dar mais valor ao título.
“Acho que há certa banalização. Eu teria direito há dois por ano. Ao longo dos anos teria direito a 32, mas dei menos de 10. É preciso tomar cuidado, pois senão a homenagem perde sentido. Tenho esta preocupação”, afirma Elias Vaz.
Atualmente estão sendo propostos dois títulos de cidadania na Câmara Municipal de Goiânia. Um deles é para o atual presidente da OAB Goiás, Lúcio Flávio Siqueira de Paiva. A proposição foi feita pelo vereador Felizberto Tavares (PR).
O novo presidente da OAB assumiu a gestão em janeiro, questionado sobre os critérios dos serviços prestados, Felizberto argumentou que não se trata do período dele enquanto presidente da Ordem, já que a gestão se iniciou recentemente. A relevância está nos serviços prestados enquanto professor universitário.
“Por ele ser professor de Direito Civil na Universidade Católica de Goiás, tem feito um trabalho antecedente a assumir a gestão da OAB Goiás. É um professor dedicado e articulado. É um cidadão que merece não por estar a frente da OAB, mas por desenvolver ao longo dos anos uma advocacia mais humana”, argumenta Felizberto Tavares.