Do que já foi feito pelos candidatos a prefeito de Goiânia, pouco ou quase nada pode ser considerado como novidade ou novas perspectivas para a capital. Mesmo que os candidatos a prefeito digam que as campanhas nem começaram, ou que não estão estruturadas ainda, eles deveriam, pelo menos, saber o que dizer para conquistar apoio junto aos eleitores.
Se os candidatos a prefeito querem atrair a atenção dos eleitores, é adequado que apresentem novas ideias e, principalmente, atendam à expectativa deles. Se consideram que pesquisas qualitativas serão feitas para construir o programa de governo (Ou plano de campanha), agem corretamente, mas um bom candidato tem que ir muito além disso. Como conquistar um eleitor que anda mal humorado e muito mais exigente?
Um candidato aparece com discurso de que vai dar mais segurança para a população quando não compete ao prefeito da capital cuidar integralmente da segurança. A responsabilidade é compartilhada entre os governos, pois define a Constituição que a segurança é direito de todos e um dever do Estado. Goiânia tem 1.500 Guardas Municipais e gasto de R$42 milhões por ano na folha de pagamento do órgão. Mas, não compete à ele a integralidade da segurança.
Outro candidato fala de criação de sub-prefeituras como novidade para a gestão da prefeitura da capital de Goiás. Novo? Não. O assunto já entrou em vários debates e campanhas eleitorais e foi contestado por causa da resistência de vereadores que sentiam que o subprefeito poderia tirar poder representativo deles.
Outro dia um candidato foi questionado se sabia o que seria um “ecoponto”. Desconversou, tratou de outros assuntos, mas nem soube explicar. Restou confirmar que pretende deixar a cidade limpa. Aliás, outro candidato reforçou que vai plantar flores como fez o ex-prefeito Nion Albernaz. De novo, a pergunta: Onde está a novidade?
Mas, a frase mais vazia do processo é do candidato que vai fazer a melhor administração de sua vida. Ora, convenhamos, não se extrai nenhuma ideia por este raciocínio a não ser a visão do tipo de político que acha que é “salvador da pátria”.
Os candidatos a prefeito de Goiânia vão ter que se preparar para propor muito mais do que já apresentaram até agora. Nesta eleição, uma pergunta que vão ouvir, frequentemente, é: onde está o dinheiro para fazer o que o sr. (ou a sra.) propõe? Quanto vai custar? Qual a origem do recurso?
A eleição é uma excelente oportunidade para que a cidade revise o que tem de bom para fortalecer a qualidade de vida de sua comunidade. Também é momento de romper com o que não é necessário e apontar uma perspectiva de compreensão sobre o futuro e não apenas quatro anos. Senhores candidatos, façam e falem muito mais do que tem dito até agora, pois, por enquanto, a pobreza de propostas e visões impera no cenário eleitoral.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .