Reportagem da jornalista Márcia Abreu, publicada em O Popular desta quinta, 6, informa que o PMDB monitora os passos do pré-candidato do PT ao governo, Antônio Gomide, que é prefeito de Anápolis.
Monitora?
Curiosa mesmo é a informação de que o PMDB faz isso mas não se preocupa com Gomide.
A repórter tem o cuidado de creditar a informação, a da não preocupação, ao partido. Ela não dá opinião. Reporta. E bem.
Este leitor, e talvez você também, é que foi naturalmente levado à inevitável pergunta: se não se preocupa, por que “monitora”?
Compreensível a atenção dos peemedebistas. O petista está em atividade constante. Corre para se viabilizar. Seu prazo é final de março, quando terá de renunciar ao mandato atual, se quiser disputar outro. E o PMDB quer o PT na sua chapa, todo mundo em Goiás ligado no assunto está cansado de saber disso.
O “monitora” talvez encontre razão no fato de que há, sim, um crescente entusiasmo no PT com o nome do prefeito de Anápolis.
O perigo, para os peemedebistas, é que Gomide e a militância petista se entusiasmem tanto, que a candidatura não tenha volta.
O PMDB monitora porque se preocupa. Se não estivesse preocupado, apenas observaria – de loooonge.
Mas qual PMDB monitora?
No PT, o que mais se ouve neste momento é que, se Gomide chegar ao ponto de renunciar, sua candidatura a governador – e não a vice, ou ao Senado – se torna ‘incercável’. Assim mesmo, com neologismo e tudo.
Parece óbvio? É outra forma de dizer que ele está caminhando para renunciar. E ser.
A partir de agora, mudar isso, quem sabe, só com intervenção de Iris. Palavra de petistas entendidos.
Iris, porém, não monitora Gomide. Quem ele monitora é outro: Júnior do Friboi, o pré-candidato assumido do PMDB ao governo.
Gomide e o PT dificilmente acompanham Friboi em uma aliança, por conta do tensionamento na ‘relação’ provocado pelo empresário. Dizer que, se o partido não o quiser, ele vai com o DEM, não ajudou.
Mas podem acompanhar Iris, que tema simpatia de Lula, do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, e de muitos outros.
Nessa história, quem conta pontos é Gomide.
Se antes o petista é que corria contra o prazo, o da renúncia, agora parece que quem está começando a se ver com prazo definido para conquistá-lo, e ao seu partido, é o PMDB – todo o PMDB: também o final de março.
O PT, convém dizer, monitora a situação. E comemora.