É inegável que surge um novo PMDB, em Goiás, a partir da eleição da chapa do deputado Daniel Vilela para presidente do partido e com ocupação de 73% dos cargos do diretório, entre seus aliados. Não há como negar que um movimento de renovação, e mudança, também atingiu as estruturas internas do partido.
“As divergências ficam para trás e, agora, cabe a todos nós, com dinamismo e responsabilidade, promover as mudanças que o PMDB precisa.”, disse o deputado Daniel Vilela, em discurso após o resultado eleitoral, dirigindo-se aos integrantes da outra chapa.
Não há dúvida que o grupo ligado ao prefeito Iris Rezende – e à Dona Iris Araújo – foi derrotado no processo. No entanto, ganha o PMDB com o ambiente de renovação. O tom e a direção do discurso foi bem definida. Como dirigente, Daniel Vilela aprendeu que liderança tem a obrigação de defender a união dentro de um partido. Mas, quais as mudanças que o partido “precisa?”.
O PMDB é um partido distante da atualidade em relação à nova realidade da ação política e das ações de um novo mundo digital. O partido não tem nem um site atualizado – a última postagem é de 27 de outubro de 2014 – quanto mais estratégia de redes sociais e comunicação integrada. Daniel Vilela prometeu centrar atenções aos canais digitais e pode dar um novo ritmo nos processos comunicativos.
É claro que a nova gestão deve atuar muito mais do que apenas nas redes sociais, pois estratégia política vai muito além. O problema do PMDB é politico e falta de “profissionalização” para enfrentar seu principal adversário.
Não basta apenas ter a intenção de fazer mais prefeitos na eleição de 2016, é preciso de muita ação. Assim, qual será o ritmo, a estrutura, e a organização com a qual Daniel Vilela pretende ampliar a força política do PMDB nos municípios goianos. Não é tarefa para um homem só, mas, com inteligência, a nova corporação do diretório pode atuar com delegação de tarefas e otimização dos seus recursos.
O novo PMDB – que nasce da eleição do seu novo diretório – pode até, a partir de agora, implantar a política defendida pelo prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, que sempre disse que o partido deveria “ciscar prá dentro”. Ele fazia alusão, principalmente, ao processo de expulsão do empresário Júnior Batista (Ou Júnior Friboi).
Também não há dúvida de que a eleição para presidente do PMDB é um passo que pavimenta a pré-candidatura de Daniel Vilela a governador de Goiás, em 2018. Articulado, centrou críticas à gestão de Marconi Perillo em diversas áreas. E, muito diretas, ao acusar o governador de terceirizar o governo e viver em poltronas de avião. Assim, animou os aliados e promove a união interna. No entanto, vai atrair o fogo do adversário. O novo PMDB abriu a campanha 2018.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .