A aliança entre PT e PMDB em Goiânia, para a eleição de 2016, ainda está embaixo de nuvens escuras com prenúncio de trovoadas e tempestades. A situação é bem diferente do clima de calmaria apresentado após uma reunião entre o prefeito Paulo Garcia (PT), o deputado Bruno Peixoto (PMDB), o vereador Denício Trindade e o vice prefeito Agenor Mariano. Ainda há muito o que ser negociado até a formalização da aliança para a eleição do ano que vem.
Internamente, no PMDB, foi muito mal recebida a declaração do deputado Bruno Peixoto, que dirige o partido em Goiânia, quanto a uma confirmação de que o PT poderia contar com a vice de uma candidatura a prefeito do PMDB (Com Iris Rezende, lógico). Ora, ora, ora … o experiente deputado “meteu os pés pelas mãos”, ou seja, adiantou uma situação que deve ser levada para as instâncias partidárias.
O clima de “reaproximação” que foi exposto, após a reunião na quarta, 12, serviu apenas para mostrar que a relação entre a gestão do prefeito Paulo Garcia e o PMDB tem sido amistosa, e não foi muito além disso. Ao final do ano passado e começo de 2016, o ambiente esteve bem mais tenso. Inclusive, no período da crise do reajuste da SANEAGO que foi denunciado ao Ministério Público pelos peemedebistas. Naquele momento, a crise foi ao ápice.
No meio do caminho tem uma retomada da gestão do governo de Paulo Garcia com a recomposição da articulação política na Câmara de Goiânia e um programa de obras de R$ 1 bilhão de reais. Ou seja, a administração do prefeito de Goiânia, antes rejeitada, agora, tem o que mostrar para o futuro e, principalmente, para o ambiente eleitoral de 2016.
As recentes aparições de Iris Rezende com Paulo Garcia também reduziram as tensões. Nas redes sociais, circularam as imagens do jantar do prefeito com o presidente do PMDB regional, Samuel Belchior. Mesmo que evidencie que não compete a ele fazer a gestão pela manutenção da aliança entre PT e PMDB em Goiânia, o prefeito age.
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Independente de todas as ações favoráveis à reaproximação entre os dois partidos, na verdade, ela acontece, primeiro com o prefeito Paulo Garcia. A direção do PT regional, com declaração de Ceser Dozinete, já posicionou que, ao lado de Ronaldo Caiado e do DEM, o partido da presidente Dilma não terá qualquer aliança.
Então, falar em reaproximação é realmente precipitado e o deputado Bruno Peixoto recebeu um leve puxão de orelhas de seus colegas de partido. A aliança que é pacífica na gestão da prefeitura de Goiânia ainda está sob nuvens que podem levar a tempestades quando o assunto é a disputa eleitoral de 2016 para prefeito da capital.
A análise interna do PMDB e, lógico, de Iris Rezende, para decidir sobre a aliança deve considerar se o partido precisa do PT para ganhar a eleição. Peemedebistas não escondem ao avaliar que o partido da presidente Dilma sobre um grande desgaste de imagem em todo o país e, em Goiânia, não é diferente. Mesmo assim, quem soma para a disputa eleitoral? O PT ou o DEM, de Ronaldo Caiado?
Na capital, o DEM já é um partido desidratado politicamente, há muito tempo. Não tem nenhum vereador e nem base estruturada nos bairros. Só conta com o nome do senador Ronaldo Caiado que, na capital, soma apenas em algums segmentos, portanto, não é fator que soma mais que o PT, com todo o desgaste. O senador é o fator tempestade na relação entre os petistas e peemedebistas, sem dúvida.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .