Quando tudo apontava para uma união de forças dentro do PMDB com a definição de Daniel Vilela como candidato a governador no ano que vem, eis que nomes nomes surgem na disputa interna e tudo volta a ficar indefinido.
Daniel vinha faminha do espaço no partido e conquistando apoios para ser o nome da oposição. Tinha até agenda de candidato, com encontros no interior que funcionavam na verdade como palanque.
Seus maiores adversários eram, até agora, o pai, Maguito Vilela, que nega querer disputar o governo, e o senador Ronaldo Caiado, que tem contra exatamente não ser peemedebista, partido bem maior que o seu: o DEM.
Bastou seu nome aparecer na lista de Fachin como beneficiado pela Odebrecht para Daniel começar a sofrer desgastes internos. Seus posicionamentos como deputado na Câmara também servem de motivação para o fogo amigo, que o vê cada dia mais distante das pautas populares.
Neste momento, o PMDB, que então praticamente tinha um definido, passa a ter quatro pré-candidato a governador. Cinco, se colocado Maguito na lista.
Pela ordem, ou desordem, agora estão em campo: Daniel, Adib Elias (prefeito de Catalão), Samuel Almeida (secretário de Governo da Prefeitura de Goiânia) e José Nelto (deputado estadual).
Há uma visão ampla de oportunidade histórica pela frente. A avaliação corrente na legenda é de que o grupo do governador Marconi Perillo (PSDB) está rachado e que o candidato escolhido, Jose Eliton, não agrega e não tem força política.
Nesse caso, a possibilidade de um candidato de oposição ganhar no ano que vem é considerada grande. Mais que isso: praticamente certa – o que pensam os mais animados. Sendo assim, ninguém quer perder a chance.
Não é a primeira vez que os peemedebistas se veem nessa situação. Aliás, a disputa interna no processo anterior à escolha do candidato é recorrente. Assim como é fato repetido a divisão da base governista até a convenção, quando todos se unem e trabalham unidos até às urnas.
E pouco importa se a corrida este ano entre os peemedebistas começa bem na hora em que se imaginaria o contrário: coesão em defesa de Daniel, como ocorre do outro lado, fechado na proteção ao governador, também na lista da Odebrecht.
Pouco importa ainda que enquanto marconistas e peemedebistas se enfrentem, interna ou externamente, quem fortalece seu discurso seja Caiado.
Em geral, o PMDB ‘ganha’ a eleição na pré-campanha, mas perde na campanha. É rico em estrutura política, porém perdulário na prática eleitoral.
Por ora, o filme se repete. Estrategicamente falando, claro.