23 de novembro de 2024
Publicado em • atualizado em 09/03/2014 às 00:52

Pesquisa Grupom/Tribuna em Anápolis: Gomide vai bem; Iris dispara

(Texto publicado originalmente no Tribuna do Planalto)

O prefeito de Aná­polis, Antônio Go­mi­de (PT), o ex-go­vernador Iris Re­zen­de (PMDB) e o governador Marconi Perillo (PSDB) são políticos que o eleitor anapolino ‘conhece bem’, o que implica em uma avaliação mais consolidada. Reverter números negativos, neste caso, é mais complicado. Já os positivos podem ser melhorados.
Pior para o tucano. Ele é o mais conhecido (45,7%) dos possíveis candidatos ao governo, seus índices de intenção de voto estão aquém dessa liderança – ou a refletem, em outra leitura -, e, em rejeição, ele está à frente (leia mais na apresentação da intenção de voto).
É o que mostra a pesquisa Tribuna do Planalto/Grupom para governador realizada em Anápolis. Conhecem bem Gomide, 32,1% dos eleitores, e Iris, 24,8%. Não conhecem Marconi Perillo, 1,3%.
Júnior do Friboi (PMDB), Vanderlan Cardoso (PSB) e Ronaldo Caiado (DEM) são pouco conhecidos. É alto o número daqueles que dizem que não os conhecem. Em certo aspecto, isso é visto como uma vantagem competitiva.
Não ser conhecido é bom quando o pré-candidato ou candidato usa o fato para apresentar-se à população de modo a conquistar sua atenção e, claro, o seu voto. Isso requer articulação política e muito trabalho de comunicação, no que os dois são constantemente criticados.
Vanderlan é candidato desde que perdeu a eleição passada para o governo, portanto tem tido exposição frequente. Por esse ângulo – independente se a exposição é positiva ou não -, ele está abaixo do esperado. Quanto a Friboi, sua candidatura está posta oficialmente há cerca de dois meses, e extra-oficialmente há mais de ano. Sendo eleitor da cidade, ele também patina em matéria de desempenho.
Ou seja: no pouco que conseguiram ficar expostos até agora, nenhum dos dois foi além do maior conhecimento pela imprensa, o tipo de conhecimento que comumente resulta em imagem negativa, principalmente para quem está na oposição, que é caso deles. Van­derlan de fato é alvo constante de ataques de aliados de Marconi, e Friboi ou é igualmente alvo, ou produz ele próprio fatos que acabam gerando o que se chama de mídia negativa.
A reclamação natural é que a máquina de comunicação do governador os atinge com frequência, e sempre com munição pesada negativa. A verdade factual, no entanto, não esconde a realidade: se não conseguem driblar tal dificuldade amplamente conhecida, como querem vencer a eleição?
Novamente, fica evidente o problema de comunicação da parte deles. Veja Friboi: embora se apresente como filho local, não se nota qualquer identidade sua com Anápolis. E aí não se trata de trabalho de Marconi contra ele; há mais é falta de trabalho dele próprio a seu favor.
Marconi e Gomide nunca protagonizaram embate direto na cidade. Pelo contrário. Sempre cultivaram bom relacionamento, definido como republicano, ao estilo prefeito não confronta governador, e vice-versa. Gomide, neste aspecto, parece levar a melhor.
A surpresa fica para Iris Rezende. A visão geral é a de que o anapolino não gosta do PMDB, muito menos de Iris, que, quando governador, teria deixado a cidade de lado – esta é a versão mais conhecida, ressalte-se, o que não quer dizer que reflita a realidade. Os números da intenção de voto e da avaliação da imagem do peemedebista, no entanto, apontam em outra direção.
Imagem não vence eleição. Mas é fundamental. Em Anápolis, Gomide vai bem, Iris não faz feio, Marconi fica longe da fama de ‘rei’ da cidade (sempre ganhou bem ali), e os outros pouco são notados. Para os últimos, muito há que ser feito para aparecerem. Para os dois primeiros, o que está bom precisa ser melhorado. Quanto ao governador, terreno perdido é espaço a ser reconquistado, antes que seja tarde demais.

Presidenciáveis
Chama a atenção o alto índice de conhecimento da presidente Dilma Rousseff em Anápolis. Como ela não vai bem na intenção de voto e sua rejeição é a mais alta, seu desempenho fica então no negativo.
Como explicar desempenho tão fraco na mesma cidade de um prefeito com avaliação alta (leia avaliação da administração) e intenção de voto acima dos 60%? Taí uma pergunta para os petistas de Anápolis responderem.
Podem começar argumentando que na espontânea ela vai bem. Mas isso quer dizer o quê, mesmo?

Vassil Oliveira

Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).