28 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 13/02/2020 às 01:27

Para peemedebistas, Daniel com pé na estrada importa mais que fora da lista de Fachin

Fora da lista do ministro Edson Fachin, de investigados na Lava Jato com base em doações eleitorais da Odebrecht, o deputado federal Daniel Vilela disse que o próximo passo é finalizar o inquérito, que continuará no STF. Seus companheiros, porém, gostariam que passo seguinte fosse outro: a retomada urgente dos encontros do PMDB no interior do Estado.

Os encontros são estratégicos para a construção de sua candidatura ao governo no ano que vem. Sem eles, e em quase silêncio, Daniel tem perdido espaço dentro do próprio partido, com aumento das resistências conhecidas, surgimento de outras e crescimento da tese de apoio ao nome do senador Ronaldo Caiado (DEM).

Há poucas semanas, uma data chegou a ser anunciada para o reinício dos encontros, e um local: Inhumas. Mas nada aconteceu. A visão de que buscar a inocência para depois recolocar o pé na estrada é vista como temerária por aliados de Daniel justamente por dar espaço ao avança dos adversários internos e externos.

“Desde que meu nome foi citado, tenho buscado a finalização deste inquérito o mais rápido possível para atestar definitivamente minha inocência e desfazer esse equívoco”, argumentou ele na divulgação da notícia de que está fora da lista de Fachin.

Nesse meio tempo, por exemplo, o pré-candidato governista, José Eliton, intensificou diálogo com prefeitos e lideranças municipais. E o governador Marconi Perillo (PSDB), alvo recorrente dos discursos do peemedebista, também ganhou a estrada e atenção com uma agenda positiva, levando recursos para as prefeituras.

Daniel pode estar querendo primeiro garantir o discurso, para depois subir no palanque. Seus adversários, entretanto, estão discursando, e fazendo da desconstrução de sua candidatura, palanque garantido.

Desde que seu nome e o de seu pai, Maguito Vilela, foram citados, outra cobrança tem recaído sobre ele: retomar a agenda de encontros do PMDB, que dão palanque para a articulação de sua candidatura ao governo no ano que vem.

Daniel freou a campanha desde então (e passou por uma cirurgia), o que deu espaço para a descontrução de sua candidatura dentro do próprio PMDB. E quanto mais adia a retomada da agenda, mais preocupa companheiros.

A estratégia de primeiro buscar a inocência para depois recolocar o pé na estrada é vista como temerária. O peemedebista, no entanto, segue em Brasília e em quase silêncio. Agora, quebrado, para comemorar a decisão de Fachin.

 

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Vassil Oliveira

Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).