O vice governador de Goiás Daniel Vilela entra no debate eleitoral de 2026 com um conjunto de trunfos raros em disputas sucessórias. Experiência política acumulada, inserção direta no núcleo decisório do governo e associação a uma gestão que ostenta uma das maiores aprovações do país formam um capital político relevante, entre outros.
Pesquisa da Paraná Pesquisas, divulgada em 8 de dezembro, aponta que o governador Ronaldo Caiado alcança 85,6% de aprovação em Goiás, com apenas 10,9% de desaprovação. Outros 3,5% não souberam ou preferiram não responder. Trata-se de um patamar que cria ambiente favorável para a transferência de prestígio político ao sucessor. Daniel é tratado como herdeiro e Caiado faz um esforço político relevante para reforçar a continuidade.
Esse cenário não é dissociado do papel desempenhado pelo vice-governador. Daniel Vilela não ocupou posição decorativa na atual gestão. Ao longo dos últimos três anos, esteve integrado às principais decisões administrativas e estratégicas do governo. O próprio Caiado reforçou, em evento de fim de ano no Palácio das Esmeraldas, que Daniel participou ativamente das definições centrais da gestão, o que o credencia como fiador da continuidade do modelo adotado desde 2019.
Há, ainda, um trunfo estrutural. Daniel é filiado ao MDB, partido com forte presença na capital e no interior, capilaridade municipal e histórico de organização partidária em Goiás. Somada ao União Brasil e a outras siglas da base caiadista, essa aliança forma uma coalizão robusta, capaz de garantir consistência no tempo de propaganda eleitoral, maior capacidade de mobilização de recursos dentro das regras legais e sustentação política ao longo de todo o processo eleitoral.
Do ponto de vista do eleitor, os dados reforçam essa leitura. Dados da Goiás Pesquisas divulgada no início de dezembro, mostra que 69,6% dos entrevistados consideram importante que a gestão de Ronaldo Caiado tenha continuidade a partir de 2026, com a eleição de um sucessor alinhado ao atual governo. Apenas 14,9% avaliam essa continuidade como pouco importante, enquanto 8,9% afirmam que o tema não é relevante.
O levantamento dialoga com outro dado já conhecido. Em agosto, pesquisa Genial/Quaest indicou que 73% dos goianos consideram que Caiado “merece” ter sucesso na indicação do próximo governador. Outros 18% discordaram, e 6% não souberam ou não responderam. A convergência dos números indica que a satisfação com a atual gestão se transforma, de maneira objetiva, em disposição do eleitorado para preservar as políticas públicas implementadas nos últimos sete anos.
A mensagem é direta: há respaldo social para a continuidade. Em um contexto assim, Daniel Vilela surge não apenas como herdeiro político de um governo bem avaliado, mas como um nome que reúne experiência administrativa, força partidária e apoio popular. Para um eleitorado que parece seguir a lógica de que não se deve alterar um modelo que funciona, os dados sugerem que a sucessão em Goiás tende a ser menos sobre ruptura e mais sobre preservação de um projeto que, até aqui, tem aprovação recorde.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: altairtavares@diariodegoias.com.br .